Produção agrícola aumenta a renda bruta gerada no campo

?Caso a safra estimada pelo Deral seja confirmada e comercializada aos preços de hoje, produtos como a soja e o milho garantirão um aumento da renda bruta gerada pelo setor agropecuário do Paraná?, afirmou.

Segundo Gilka Cardoso Andretta, responsável pelo cálculo do VBP no Deral, a renda bruta obtida com a comercialização da soja produzida no Estado poderá alcançar os R$ 5,9 bilhões. Segundo ela, este valor seria 56% superior ao registrado em 2006. O levantamento do Deral aponta que a produção do grão no Paraná deverá ser de 12,18 milhões de toneladas.

O otimismo quanto ao crescimento do VBP agropecuário do Paraná deve ser reforçado no que depender dos preços praticados no mercado da soja. ?Em relação aos preços, as cotações internacionais devem continuar como estão. Por isso, acreditamos que o valor da renda bruta gerada pela soja deverá ser confirmado?, avaliou Andretta.

Quanto à comercialização do milho, cuja produção, somadas as duas safras, está estimada em 13,40 milhões de toneladas, poderão ser gerados R$ 3,6 bilhões de reais com base nos valores atuais pagos pelo produto. Segundo o secretário da Agricultura, com base na produção e comercialização esperadas, este valor significaria 52,3% maior que o verificado no ano passado.

?É importante lembrar que essa estimativa financeira poderá ser ainda maior, já que os preços pagos pelo grão ainda poderão ser superiores aos praticados atualmente. Isso porque o mercado do milho deve continuar aquecido devido à demanda pelo produto, que tem, entre outras finalidades, a produção do etanol?, informou.

Para Andretta, a renda bruta gerada pelo milho poderá ser confirmada na prática, a produção nacional, que deverá ser histórica, não vai interferir nos preços. ?A possibilidade do milho paranaense garantir a renda esperada no setor agropecuário do Estado cresce diante da paridade das exportações. Sabemos que ainda existe muito mercado para o produto. Inclusive, para a produção do etanol. O mercado internacional do milho deverá manter, em alta, os preços praticados no mercado interno?, lembrou.

Produção de safra ? Pela estimativa da Secretaria da Agricultura, a produção de trigo deverá ser de 2,41 milhões de toneladas. O volume esperado poderá ser 95,3% superior ao obtido na safra passada, que foi de 1,24 milhão de toneladas. Nesta safra, a cultura deverá ocupar 74% da área estimada com as culturas de inverno. O relatório aponta que serão semeados 968 mil hectares com o grão. Ou seja, 9,4% superior ao cultivado em 2006, quando foram plantados 885 mil hectares.

O engenheiro-agrônomo do Deral, Otmar Hubner, informou que a semeadura do trigo deverá ter início nos próximos dias. ?Conforme já era esperado, haverá uma ligeira recomposição da área e bom uso de tecnologias. O que poderá refletir numa produção próxima a 2,4 milhões de toneladas?, disse.

Soja ? As informações obtidas a campo, até o dia 23 de fevereiro, mostram que a colheita havia atingido 12,1% da área destinada ao cultivo da soja. A produtividade média verificada foi de 3.284 quilos por hectare. Segundo o chefe do Setor de Previsão de Safras, Dirlei Antonio Manfio, a produtividade obtida é 9% superior à inicialmente esperada, que era de 3.011 quilos por hectare.

?Com o avanço da colheita, a produção estimada foi reavaliada para 12,07 milhões de toneladas. Se estes números forem confirmados, teremos um novo recorde estadual na produção de soja. Assim, poderemos superar em 10,5% a safra 2002/03?, avaliou.

Hubner também acredita que o Paraná deverá ter um recorde na produção de soja. ?O clima foi favorável e os produtores deverão colher uma produção recorde. O que, aliado a preços melhores que os praticados durante o ano passado, deve permitir que os agricultores iniciem sua recomposição financeira?, destacou.

Milho ? Entre as culturas de verão, a mais beneficiada pelas condições climáticas é o milho. Com isso, a produção no Paraná poderá chegar a 8,65 milhões de toneladas. Este volume seria 5,3% maior que o potencial produtivo da atual safra, inicialmente avaliado em 8,21 milhões de toneladas.

Até o momento, 29,2% da área de 1,32 milhão de hectares está colhida. A produtividade das áreas colhidas foi, em média, de 7.346 quilos por hectare. O que significa que as lavouras apresentaram um rendimento 17,6% superior à estimativa inicial, que era de 6.243 quilos por hectare. Com as condições climáticas normais, o Deral espera que a produtividade média desta safra seja de 6.572 quilos por hectare, um novo recorde estadual.

Quanto ao mercado do produto, a engenheira agrônoma do Departamento, Margorete Demarchi, é otimista. ?Em 2007, o mercado desse cereal deverá apresentar um dos melhores períodos de sua história. Mesmo com a expectativa de que o Brasil possa colher a segunda maior produção de milho de sua história?, comentou.

Feijão ? Somadas as três safras de feijão, o Paraná deverá produzir 841,9 mil toneladas. Este volume é 2,9% superior ao obtido na última safra, quando o Estado colheu 818 mil toneladas.

Quanto ao feijão da primeira safra, a produção esperada é de 557,2 mil toneladas. Mesmo com a redução de 14,5% em comparação ao potencial produtivo inicialmente estimado, o volume que poderá ser obtido é 17,6% superior ao verificado na safra passada. Segundo o secretário da Agricultura, esse otimismo é justificado pelo aumento da área plantada e da melhor produtividade verificada. Com o volume estimado, o Paraná continua liderando o ranking dos maiores produtores de feijão do País. Nosso Estado responde por 38% da produção nacional de feijão da primeira safra?, disse Bianchini.

Em relação ao feijão da segunda safra, o Paraná deverá colher 275 mil toneladas. Isto representa 17,3% a menos que em 2006. Quanto à área plantada, deverão ser semeados 156 mil hectares. Ou seja, uma extensão 29,4% menor que a verificada na safra passada.

Já o plantio do feijão da terceira safra ainda não começou. Porém, a primeira intenção de plantio indica que haverá uma diminuição da área com a cultura. Há projeção de que sejam plantados 11,2 mil hectares: uma redução de 34,6% em relação à última safra.

Quanto aos valores pagos pelo produto, a engenheira-agrônoma do Deral, Maria Alice Consalter, informou que, após um período de quatro anos de bons preços, o valor da saca de feijão começou uma trajetória descendente. ?Isso é resultado da boa oferta do produto no ano passado, como também da expectativa de uma nova safra recorde em 2007?, concluiu.

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