Procuradoria eleitoral pede investigação das contas do PT

Brasília (AE) – O vice-procurador-geral eleitoral, Mário José Gisi, pediu recentemente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investigue com urgência as prestações de contas do PT relativas a 2001, 2002, 2003 e 2004 diante das notícias sobre supostas irregularidades na movimentação financeira da legenda.

"Considerando que as prestações de contas do PT referentes aos exercícios 2001, 2002, 2003 e 2004 ainda não foram apreciadas por esta Corte e encontrando-se sua Comissão de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (COEP) de posse de livros, notas fiscais, extratos bancários e outras espécies de comprovantes da movimentação financeira do partido, requer seja toda a documentação analisada sob a perspectiva das irregularidades apontadas", sustenta Gisi.

O vice-procurador afirmou que as providências têm de ser tomadas em caráter urgente "tendo em vista a dinâmica do processo democrático, a proximidade do ano eleitoral, bem como a celeridade intrínseca aos procedimentos administrativos a cargo desta Justiça Especializada (Justiça Eleitoral)".

Gisi tomou a iniciativa após o senador César Borges ter protocolado na Procuradoria Geral Eleitoral denúncia noticiando supostas irregularidades na movimentação financeira do PT, com base em declarações do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. "O ex-tesoureiro admitiu a movimentação de recursos financeiros não declarados à Justiça Eleitoral para quitação de débitos decorrentes do pleito de 2002 e fomento das campanhas municipais de 2004, suprindo não só demandas do partido como também da base aliada", afirmou.

O vice-procurador disse que a versão dos fatos apresentada até o momento publicamente por dirigentes e ex-integrantes do PT constitui uma "tentativa de enquadrar sucessivas denúncias como meros ilícitos eleitorais". Ele observou que as acusações são investigadas pelas CPIs dos Correios e da Compra de Votos e também por inquéritos criminais. "O Ministério Público Federal reserva-se o direito de prosseguir na apuração de inquéritos instaurados internamente, não afastada a possibilidade de manifestar-se perante à Justiça Eleitoral em momento oportuno", afirmou.

Voltar ao topo