Pressão por aumento de preços é menor

Pesquisas qualitativas realizadas com empresários da indústria de transformação indicam que neste fim de ano não há pressões significativas por aumentos de preços dos bens de consumo. Essa categoria inclui dos alimentos aos eletroeletrônicos. Normalmente, no último bimestre a pressão da indústria por aumentos de preços dos bens consumo cresce em razão da injeção de recursos extras do 13º salário.

Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que 29% das empresas informaram que pretendem aumentar preços dos bens de consumo no último trimestre. No mesmo período do ano passado, 45% das companhias tinham intenção de majorar preços.

A sondagem da FGV consultou 1.051 indústrias no mês passado. Juntas, essas companhias faturaram R$ 451 bilhões em 2005 e empregaram cerca de 1 milhão de trabalhadores. As exportações responderam por 25% do faturamento dessas empresas.

O menor ímpeto para aumentar preços mostra que, passada frustração do segundo trimestre, as fábricas estão hoje com os estoques mais ajustados em relação a outubro de 2005, com menor número de empresas declarando ter insuficiência de produtos ou mercadorias de sobra. Em outubro deste ano, 2% das companhias informaram que estavam com estoques insuficientes. No mesmo período de 2005, esse indicador era ligeiramente maior: 3%.

Também o ritmo de atividade das fábricas em geral está morno. A pesquisa revela que 36% das indústrias prevêem aumento na produção no último trimestre em relação a outubro deste ano. Em outubro de 2005, esse indicador atingiu 38%. Já 20% acreditam que a produção será menor no último trimestre em relação ao ritmo de outubro. No ano passado, 25% das indústrias achavam que a produção prevista seria menor.
?O aquecimento para o fim do ano é moderado e não está disseminado por todos os setores da indústria de transformação?, afirma o coordenador da sondagem, Aloisio Campelo.

O economista ressalta que a recuperação pelo qual a indústria passa hoje é diferente da registrada em 2004. Naquela ocasião, o ritmo era mais intenso e o crescimento chegou a atingir todos os segmentos.

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