Preso ex-cirurgião acusado pela morte de cinco mulheres

Araçatuba (AE) – Acusado pela morte de cinco mulheres na mesa de cirurgia e respondendo e 25 inquéritos de lesões corporais em pacientes feridos pelas suas intervenções, o ex-médico Denísio Marcelo Caron foi preso na tarde desta segunda-feira porque não compareceu a uma audiência na Justiça de Goiás.

Caron foi detido por policiais de Goiânia na casa da sua mãe, em São José do Rio Preto, sua terra natal. A prisão foi determinada pelo juiz Jesseir Coelho Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, porque o ex-médico não compareceu a uma audiência do processo que responde por ter causado a morte da advogada Janet Virgínia Novais Falleiro, em 2001.

Janet era casada com o cunhado do ex-cirurgião. A audiência estava marcada para às 13h30 desta segunda-feira. Como não compareceu, o juiz determinou a prisão de Caron. Em entrevista ao jornal Diário da Manhã, de Goiânia, na manhã de segunda-feira Caron disse que não compareceria à audiência porque não tinha recebido a intimação.

Caron não ofereceu resistência e foi encaminhado hoje mesmo para Goiás, numa operação comandada pela delegada Adriana Accorsi, a pedido do juiz Alcântara.

O ex-médico é acusado pela morte de cinco mulheres, submetidas a cirurgias plásticas, entre 2000 e 2002. As mortes ocorreram em hospitais de Goiânia e do Distrito Federal. Três vítimas moravam em Goiânia e duas em Taquatinga (DF). Elas não resistiram às lipoaspirações e implantes de silicone feitos pelo médico, que não tinha autorização da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para realizar as intervenções.

Caron já foi pronunciado pela morte de duas mulheres e responde ainda a 25 processos de lesões corporais causadas a pacientes que passaram por suas cirurgias.

Janet morreu em 5 de abril de 2001 em conseqüência de complicações de uma cirurgia de lipoaspiração realizada no Hospital e Maternidade Vida, em Brasília. Durante o procedimento ele perfurou o intestino de Janet em diversos lugares, impedindo sua recuperação. Ela morreu seis dias depois da intervenção.

Para o Ministério Público, a gravidade do caso está no fato de que o médico não tinha especialização e não poderia fazer as operações.

Formado pela Faculdade de Medicina de Vassouras em 1988, Caron tentou exame para obtenção de especialidade, mas foi reprovado. Em 1998 mudou-se para Goiânia e com documentos falsos recebeu o título de especialista do CRM.

Antes de Janet, o ex-cirurgião teria causado as mortes de Vera Lúcia Teodoro, em 23 de março de 2000; de Graziela Murta de Oliveira, em 8 de janeiro de 2001; da oficial de Justiça Flávia de Oliveira Rosa, em 12 de março de 2001 e de Adcélia Martins de Souza, em 29 de janeiro de 2002.

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