Preso aponta Sérgio Gomes como mandante do seqüestro de Celso Daniel

Em depoimento aos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, o preso Aílton Feitosa apontou Sérgio Gomes da Silva como mandante do seqüestro. Feitosa era companheiro de cela do organizador da operação, Dionísio Aquino, e fugiu com ele no helicóptero. Segundo ele, o próprio Dionísio teria contado a ele que seqüestraria o prefeito e que isso estava acertado com o empresário.

Sérgio Gomes da Silva ? que participou como convidado de uma acareação com sete presos ? negou todas as acusações, participação ou envolvimento no crime. Para ele, não houve contradições nos depoimentos que fez anteriormente.

Dos sete presos, apenas três falaram e favoreceram o empresário. Dois deles o inocentaram de ser o mandante do crime: Ivan Rodrigues da Silva e Itamar Messias da Silva. O terceiro, Elcyd Oliveira Brito (o John), revelou aos senadores que mentiu na carta que enviou ao advogado Roberto Podoval, pedido R$ 1 milhão para incriminar Sérgio Gomes da Silva como mandante do crime. Disse que fez isso apenas para ganhar dinheiro e que, na época, sofria pressões, sem dizer de quem. Podoval confirmou ter recebido a carta e entregue imediatamente às autoridades. O senador Eduardo Suplicy revelou que a carta está nos autos da CPI.

Suplicy informou que uma testemunha que o procurou no passado agora está sob suspeita. A testemunha se apresentou como sendo o pastor Paulo Mansur Haddad, que durante uma festa de aniversário teria filmado o seqüestro pela janela. "Dei um prazo para que ele entregasse a fita e ele não entregou. Agora fui informado pela Polícia Federal de que ele é procurado por estelionato, e que se chama Ednaldo Correia de Sarque".

Para Suplicy, a tarefa de averiguar os fatos é muito difícil. "Até porque às vezes surgem pessoas que trazem testemunhas que servem para desviar a atenção". Suplicy chamou a atenção para o fato de os sete envolvidos, em princípio, no seqüestro, não terem cooperado para "desvendar toda a verdade".

"Eu tenho uma convicção. O crime não foi comum. O crime foi crime de mando mesmo", disse o senador Magno Malta. Ao esclarecer sua opinião a um jornalista, o senador destacou a necessidade de mais investigações. "Aí nos temos que nos aprofundar, porque existem muitas vertentes. E, para não culpar pessoas, jogar nomes de pessoas inocentes na lama e salvar as vidas de quem precisa pagar, é preciso ter responsabilidade com isso".

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