Presidente em exercício do STJD denuncia manobra da CBF

O presidente em exercício do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Rubens Approbato, denunciou nesta quinta-feira uma suposta manobra para deixar o tribunal dependente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele classificou o caso como um "escândalo".

Approbato chegou à sessão do Pleno do STJD decidido a renunciar ao cargo e já contava com o apoio de vários auditores, de quem recebera mais cedo cartas com o pedido de desligamento do tribunal.

"Tenho profundo respeito pelo exercício da democracia e não aceito interferência de nenhum outro poder no tribunal. O futebol brasileiro tem de ser bem administrado e ter uma justiça independente", disse o presidente do STJD.

De acordo com ele, a diretoria da CBF estaria agindo nos bastidores para levar à presidência do STJD um dos auditores do tribunal que tem na lista particular de clientes o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

"O processo sucessório no STJD não pode sofrer arranhões", afirmou Approbato, que ocupa interinamente o cargo desde que o desembargador Luiz Zveiter deixou o tribunal, acatando determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zveiter não aceitava ingerências da CBF no tribunal e por algumas vezes teve desavenças com Ricardo Teixeira. "Hoje, o escândalo (ainda) não está instaurado. Fui demovido por vários colegas de anunciar a minha decisão", contou Approbato.

Com a saída de juízes e magistrados do STJD, após a manifestação do CNJ, outras duas cadeiras ficaram vagas no Pleno do tribunal. E elas têm de ser ocupadas por representantes de entidades ligadas a atletas de futebol. A CBF estaria tentando influenciar na escolha desses auditores.

Approbato vai convocar nos próximos dias uma Assembléia Extraordinária para a escolha do novo presidente do STJD. Nesta quinta-feira, depois de desistir de anunciar a renúncia, ele deu posse a outro auditor, o cearense Caio Cesar Vieira Rocha.

Até o momento, a CBF não se pronunciou sobre as declarações de Approbato.

A assessoria de imprensa da CBF informou que a entidade não tem e nunca teve nenhum interesse em interferir nos trabalhos do STJD e que a única obrigação da Confederação é a de indicar outros dois representantes do Pleno, como determina a legislação esportiva.

Voltar ao topo