Presidente do PMDB diz que Lula precisa fazer um novo pronunciamento à nação

A contundência com que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negou, no último domingo, em entrevista coletiva, o envolvimento com o caso de corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto exige que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça um novo pronunciamento à população brasileira para explicar quais integrantes de seu governo estiveram envolvidos com o esquema de corrupção e do pagamento do mensalão a parlamentares. A opinião é do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP).

"O primeiro pronunciamento feito pelo presidente foi muito vago, dizendo que foi traído, mas sem dizer por quem e como. Após a fala de Palocci, com tanta contundência, é fundamental que o presidente Lula venha a público prestar esclarecimentos mais detalhadamente", afirmou Temer, que participa de evento realizado pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB). "O presidente fez o esclarecimento global dos fatos. É preciso descer a detalhes", acrescentou.

O presidente do PMDB avaliou que Palocci foi "muito calmo" nas declarações que deu e que deixou a "sensação de convencimento". "Mas isso não significa que as investigações (de suspeita de pagamento de propina na Prefeitura de Ribeirão Preto) não devem continuar. As provas devem ser coletadas, mas ainda não servem para um julgamento definitivo", declarou Temer.

O parlamentar disse não concordar com a análise de Palocci, de que o Ministério Público do Estado de São Paulo foi irresponsável ao divulgar o vídeo do depoimento prestado pelo advogado Rogério Buratti, ex-secretário do governo de Ribeirão Preto na gestão de Palocci, no qual ele acusou o atual ministro de receber R$ 50 mil por mês de empresas de coleta de lixo no período em que foi prefeito.

"A informação hoje é tão veloz, tão rápida, e a transparência é tamanha, que não há como o Ministério Público não divulgar o fato", opinou Temer.

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