O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, será substituído depois do carnaval. Desgastado desde o acidente na obra da futura Estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô, não há mais condições para que ele permaneça no posto. No governo há a preocupação de que todo ônus do problema de segurança na construção da Linha Amarela recaia sobre o governador José Serra (PSDB). Tucanos dizem que David passa por processo lento de fritura e que sua saída do comando da maior empresa de transporte público do País é uma questão de tempo
?Só não sai agora para que não seja passado atestado de incompetência?, observou um político. ?Quando estiver tudo sob controle, ele sai?, sentenciou outro tucano ligado ao governo estadual. Há ainda aqueles que criticam o posicionamento do secretário dos Transportes Metropolitanos José Luís Portella. ?Ele (Portella) faz pressão e não acontece nada?, afirmou pessoa ligada a David
Ontem, na Assembléia Legislativa, o deputado João Caramez (PSDB) foi claro. Exigiu que o Consórcio Via Amarela assumisse responsabilidades na crise aberta desde o dia 12 de janeiro. ?Já passou da hora do consórcio botar a cara para bater e dar explicações.?
A bolsa de especulações tem até sucessores para David, como o irmão do ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, Sérgio Luiz Bresser Pereira, atual diretor da Companhia Metropolitana de Trens Metropolitanos (CPTM). Ainda na solução familiar, há quem diga que o atual diretor de Planejamento e Expansão dos Transportes Metropolitanos do Metrô e irmão do prefeito Gilberto Kassab, Marcos Kassab, pode ocupar o posto.
A tolerância do governo com a atual diretoria do Metrô acabou depois do vazamento de informações técnicas sobre as obras, que resultou nas notícias sobre problemas na Estação Fradique Coutinho. O laudo sobre a soldagem das obras criou nova onda de notícias negativas para o governo estadual e um festival de declarações desencontradas entre David e Portella – este só soube do caso pela televisão.