Presidente de CPI critica liberdade condicional para traficante de armas

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), defendeu hoje (16) a revogação da liberdade condicional de Jair de Oliveira, condenado por assalto a mão armada. Em depoimento na CPI, Oliveira revelou que recebeu de volta da Justiça uma arma quando passou a cumprir a pena em liberdade.

"Eu nunca vi um negócio desse: um assaltante a mão armada a Justiça coloca em liberdade condicional e devolve a arma dele. É uma coisa inconcebível de se ver a impunidade a que nível chegou", disse Torgan.

Oliveira explicou que possuía três armas em casa, duas registradas em nome da mulher e outra no do antigo proprietário. Segundo ele, arma teria sido transferida para seu nome em cartório porque a polícia não estava realizando a transferência de registro.

Torgan afirmou que a CPI agirá para conseguir a revogação da liberdade condicional de Oliveira, que termina em 2007. Ele foi condenado a 18 anos e quatro meses por três assaltos de cargas a mão armada. Cerca de seis anos da pena já foram cumpridos.

Jair de Oliveira é apontado pela Polícia Federal como líder de uma quadrilha de tráfico de armas no sul do país. Além do contrabando de armamentos pesados, como fuzis e explosivos, as investigações da PF identificaram que o grupo estava envolvido também com tráfico de armas, assalto a bancos e a carros-fortes, desvio de cargas e lavagem de dinheiro.

Como resultado das investigações, Oliveira ficou preso por cerca de três meses, mas foi solto por decisão que havia conflito de interesse entre a Justiça federal e estadual no caso.

Torgan disse acreditar que essa decisão será revertida. "Eles usaram um artifício jurídico que é o conflito de competência para ele estar em liberdade e rindo da sociedade desse jeito", afirmou o deputado.

Dono de uma loja revendedora de carros, Oliveira admitiu ter participado de roubo de cargas, mas negou envolvimento com os outros crimes.

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