Presidente da Previ diz que há motivações políticas em acusações

São Paulo – O presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), Sérgio Rosa, disse hoje ver motivações políticas nas acusações feitas por integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Correios de que há interferência política do governo na gestão de fundos de pensão em que empresas estatais são patrocinadoras e também na denúncia de que 14 fundos teriam tido prejuízo de R$ 784,1 milhões em operações realizadas entre 2000 e 2005 – R$ 729,2 milhões em transações na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e R$ 54,9 milhões em compras de títulos públicos.

"Há sim motivações políticas (nas acusações), algo normal na disputa entre governo e oposição, bem como de outros assuntos, de disputa comercial entre empresas", declarou, após participar de um encontro com organizado em São Paulo pela Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).

De acordo com Rosa, a CPI divulgou "denúncias infundadas e levianas" sobre operações, supostamente, prejudiciais aos fundos. Ele disse que os dados apresentados no início de dezembro pelo sub-relator de Fundos de Pensão da comissão, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), tratavam-se de "prestação de contas" e não de um "relatório definitivo".

Rosa argumentou também que a CPI não divulgou a metodologia de cálculo considerada para aferir tais perdas, bem como nenhuma instituição fornecedora dos técnicos que auxiliam a comissão parlamentar, o caso, entre outras, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Receita Federal, Banco Central (BC), Tribunal de Contas da União (TCU).

"É incrível, mas ninguém assume a paternidade das informações. Não sabemos como chegaram a tais valores e, evidentemente, não temos como responder", reclamou. Ao mesmo tempo, o presidente da Previ afirmou que tal exposição pública trouxe "inquietação" aos participantes dos fundos e que, também por isso, o fundo entrou em contato com a CPI para obter dados e prestar esclarecimentos, mas, até o momento, de acordo com ele, não obteve nenhum retorno.

Ao fazer uma série de críticas ao conteúdo dos noticiários, que prejudicariam a credibilidade dos fundos, Rosa tentou mostrar os aspectos positivos do setor, ao destacar a garantia de renda futura a quem se aposenta e também e também os investimentos dos fundos em projetos de infra-estrutura e em empresas brasileiras, citando os casos da Perdigão, Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e Embraer, de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP). "Isso se não matarem o sistema, com tantos ataques infundados como vêm acontecendo", ressalvou.

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