Presidente da CNI propõe flexibilização da política monetária

Brasília – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, propôs hoje (20) a flexibilização da política monetária. Segundo ele, a adoção de altas taxas de juros como único mecanismo de controle da inflação impediu o crescimento da economia brasileira este ano e prejudica o desenvolvimento.

Segundo Monteiro Neto, por causa dessa política, a economia brasileira caiu 1,2% no terceiro trimestre deste ano, fazendo com que o crescimento em 2005 seja inferior a 2,5%, contra a previsão do início do ano, de crescimento em torno de 4%.

Para ele, é preocupante a propensão do Brasil para o baixo crescimento, verificado nos últimos 10 anos. Por conta disso, o país vem perdendo colocação no cenário internacional na comparação com países em desenvolvimento e em relação ao crescimento global. As estimativas são de que a economia mundial cresça 4,3% este ano.

"Há alguns constrangimentos estruturais da economia brasileira que ainda estão presentes", disse Monteiro Neto, ao comentar que é a elevada taxa de juros que mantém em mais de 50% a relação da dívida pública com o Produto Interno Bruto (PIB). "Temos um endividamento alto, uma carga tributária extremamente elevada. E, em conseqüência disso, uma taxa de poupança baixa".

Para 2006, as expectativas da CNI são mais otimistas, provocadas pela redução da taxa básica de juros e pelos investimentos que tradicionalmente são feitos em anos eleitorais. "A política monetária, que tem sido extremamente hostil à atividade econômica, está de alguma maneira sendo flexibilizada. Todas as expectativas vão na direção de que teremos uma taxa de juros média menor que a de 2005", disse. As projeções da CNI indicam que a taxa básica de juros, que hoje está em 18%, deve chegar a dezembro de 2006 em 15% ao ano.

Com isso, a previsão de crescimento do PIB é de 3,3%. Pelas projeções da CNI para 2006, a inflação irá se reduzir para 4,7%.

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