Presidente boliviano afirma ter relações excelentes com o Brasil

O presidente da Bolívia, Evo Morales, fez um gesto conciliatório para o Brasil hoje, depois de sua administração ter perturbado a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a ameaça de impor mais controle sobre as operações bolivianas da estatal Petrobras. "Eu respeito o presidente Lula" disse Morales em Havana, onde ele também buscou tranqüilizar o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, durante o encontro do Movimento dos Países Não-Alinhados. "Eu quero reiterar nossas excelentes relações com o Brasil", disse o presidente boliviano.

O governo boliviano provocou uma turbulência política no país vizinho, e também seu principal comprador de gás natural, na quarta-feira, ao anunciar que a Petrobras teria de depositar os lucros obtidos no país no Banco Central da Bolívia. Com o episódio, Lula, que tem chances de ser reeleito no primeiro turno da eleição de 1º de outubro, foi acusado pelo principal candidato da oposição de falhar na defesa dos interesses do País. Na noite de ontem, negociadores brasileiros persuadiram a Bolívia a suspender as novas medidas, disse Lula em entrevista à rede de TV Bandeirantes.

Morales disse, em entrevista coletiva à imprensa, que congelou as medidas para manter em andamento as negociações com o Brasil. "O que precisamos são parceiros, e não de chefes, nem proprietários", disse Morales. "Esta é uma nacionalização sem expropriação. Qualquer transnacional tem o direito de recuperar seu investimento e isso está totalmente garantido", acrescentou. Morales disse que ele e Amorim decidiram esclarecer à mídia que "temos relações excelentes". As informações são da Associated Press, citada pela Dow Jones.

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