Prefeitura faz o primeiro diagnóstico sobre arborização da cidade

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente concluiu o primeiro diagnóstico do Plano de Arborização de Curitiba, um instrumento inédito da administração pública que vai permitir que a Prefeitura identifique as características das árvores de cada bairro e defina as ações necessárias para que a cidade tenha uma arborização adequada.

O censo arbóreo exige o levantamento de todas as árvores das ruas de cada bairro e é o ponto de partida para a elaboração do Plano de Arborização, prioridade para o prefeito Beto Richa. A estimativa é que Curitiba tenha 300 mil árvores.

O primeiro bairro a ter o seu plano de ação concluído é o Sítio Cercado, na região sul da cidade. O levantamento revelou um número impressionante de árvores no bairro: 14.035 exemplares. "Quando passamos no Sitio Cercado, especialmente na parte de cima, achamos que existem poucas árvores, mas o estudo nos mostrou que há muitas árvores. O problema é que, curiosamente, os moradores têm o hábito de remover a copa das árvores, o que acaba retirando os benefícios como a melhoria da qualidade atmosférica e a sombra, por exemplo, que aumenta a sensação de conforto", explica o engenheiro florestal Alfredo Trindade.

Ele ressalta que esse tipo de poda, muito comum na região norte do estado, é feito para dar formato às árvores. No Sítio Cercado, aproximadamente 50% das árvores estão comprometidas pela poda drástica. Uma curiosidade, mais de 60% da população do bairro são oriundos do norte do Paraná.

Com base no levantamento de campo feito pela empresa contratada por licitação para realizar o serviço, as equipes da Secretaria do Meio Ambiente podem elaborar o plano de ação. Até agora, foram cadastradas no censo 33,8 mil árvores que estão em cinco bairros – Sítio Cercado, Centro, Bacacheri, Pinheirinho e Alto Boqueirão.

A arborização pública do centro conta com 1.942 árvores. O Bacacheri tem 7.004 árvores nas ruas, o Pinheirinho, 5.699, e o Alto Boqueirão 5.151. Neste cálculo não são consideradas as árvores existentes dentro de propriedades particulares.

O plano de ação inclui projeto de educação ambiental necessário para cada bairro e o orçamento global para a implementação de medidas como poda de manutenção, remoção de árvores mortas, rebaixamento dos tocos das árvores cortadas e plantio para repor o que for retirado.

Na manhã desta terça-feira (17) a equipe da empresa contratada, formada por biólogos, engenheiros florestais, agrônomos e estagiários dos últimos anos destes cursos, deu início aos trabalhos no Bigorrilho. A primeira fase do censo será realizada até que sejam contadas 75 mil árvores e esta etapa vai custar R$ 93 mil, recurso que vem do Fundo Municipal do Meio Ambiente.

Como é feito

Com base em mapas e na divisão de cada bairro por quadra, as árvores são catalogadas numa planilha que procura responder cerca de 40 itens relativos a cada árvore. O levantamento consiste na verificação de parâmetros técnicos definidos como espécie de cada árvore vistoriada, diâmetro, altura total e da primeira ramificação, número de ramificações, ponto atingido pela copa (como linhas de alta tensão e baixa tensão, sinalização, postes, iluminação, semáforos), condições da calçada, largura do passeio, estado fitossanitário que está relacionado à saúde da árvore e é subdividido em morta ou comprometida, boa, danos físicos, pragas e doenças, erva-de-passarinho, danos por poda, recomendações quanto ao corte ou poda, recomendações para plantio como alinhamento, plantio padrão ou replantio.

No Sítio Cercado predominam algumas espécies. O alfeneiro é o mais comum, com 23,39% do total. Em segundo lugar vem o dedaleiro com 9,79%, o cinamomo com 5,79% e por último o ipê-alba que representa 0,59%. Também há abacate, angico, ácer, aroeira, ipê-amarelo, ipê-roxo, entre outras.

Em apenas três das 14.035 árvores foi constatada infestação com erva-de-passarinho, espécie parasita que pode levar à morte da planta.

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