Prefeitura aprimora sistema do ensino fundamental

A Prefeitura de Curitiba está consolidando o aprimoramento da proposta de ensino da rede municipal de Educação. As mudanças, que serão implantadas a partir de 2006, darão continuidade ao programa de melhoria da qualidade da educação e já estão adequadas à nova legislação federal.

A lei Federal 11.114/2005, publicada em maio último, determina que a partir do próximo ano as crianças ingressem no Ensino Fundamental aos seis anos de idade e não mais aos sete, como previa a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

O ingresso antecipado de meninos e meninas é um dos reflexos da ampliação do Ensino Fundamental que passará de oito para nove anos de duração.

O ano a mais nesta etapa de ensino traz também uma nova nomenclatura. Os nove anos do Ensino Fundamental serão divididos em cinco Anos Iniciais (atendimento a crianças de 6 a 10 anos) e outros quatro Anos Finais (para os alunos de 11 a 14 anos). Na Educação Infantil, serão atendidas as crianças de até cinco anos de idade.

Na prática, a maior transformação envolverá as crianças de seis anos. O diretor do departamento de informações educacionais da Secretaria Municipal da Educação, Wilheim Meiners, explica que como o ingresso dessas crianças deixará de ser facultativo, Curitiba deverá universalizar o ensino municipal a partir desta idade. "Os pais deverão observar a importância da matrícula das crianças de seis anos que já iniciarão no 1º ano do Ensino Fundamental", explica Wilheim Meiners.

Mudanças Curriculares – Outras mudanças que passarão a fazer parte do dia-a-dia das escolas envolveram a ampla participação dos profissionais da educação do município. Professores, pedagogos, educadores dos CMEIs, e equipes técnicas da Secretaria Municipal da Educação participaram, durante todo o primeiro semestre, de discussões sobre o referencial pedagógico que as escolas do município estavam utilizando.

Uma grande preocupação, segundo a diretora do Departamento de Educação Fundamental da Secretaria Municipal da Educação, Nara Salamunes, foi com as questões relacionadas aos processos de escrita e leitura. "Esta foi uma demanda muito presente", disse Nara.

A participação dos professores na formulação do documento que subsidia as ações da Educação permitiu a reunião de diferentes visões. "Quanto mais abrimos a discussão sobre as questões curriculares, sobre os saberes que temos que veicular, sobre as questões práticas que as escolas estão vivenciando, mais permitimos que as pessoas aprofundem suas reflexões, procurem responder e buscar respostas de forma conjunta.", completou Nara.

A discussão envolveu profissionais de 167 escolas, 151 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIS) e dos demais equipamentos da área da educação. No primeiro bimestre, foram envolvidos os professores do 1º ciclo e com a parte de profissionais envolvidos com a Educação Infantil.

No segundo semestre, o debate foi realizado com os professores do 2º ciclo e do 3º e 4º ciclo (5º a 8º série) e com o restante dos profissionais da Educação Infantil. Estas equipes reuniram-se diariamente, para discutir e atualizar conteúdos já apresentados anteriormente, detalhando mais a abordagem destes conteúdos – que aspectos fundamentais tinham que ser trabalhados, a princípio em todas as escolas.

"Sabemos que existem configurações diferenciadas entre os currículos de cada escola e isto ocorre porque os contextos locais são diferentes, mas as linhas gerais têm que ser as mesmas para todo o município", salientou a diretora do Departamento de Ensino Fundamental.

Metodologias – Uma das principais discussões envolveu o aprimoramento da abordagem metodológica da questão da alfabetização. Após seis meses de discussões, a proposta levantada pelos profissionais se refere a uma síntese de duas abordagens metodológicas de alfabetização: a sintética (que ensina a escrever e a ler a partir das letras e das sílabas para depois partir às palavras) e a abordagem global (que parte do texto para a compreensão das palavras).

"Só o livro didático é insuficiente para o trabalho de alfabetização de hoje. Assim como um único método de alfabetização é insuficiente para alfabetizar classes inteiras, assim como um livro só é insuficiente para formar um leitor", declarou Nara Salamunes.

A revisão metolodógica é decorrente de avaliação de diferentes estudos teóricos e práticos sobre as questões da alfabetização e letramento e sobre as necessidades de aprendizagem das crianças. "Hoje uma abordagem metodológica de alfabetização atualizada é uma síntese superadora das limitações presentes em métodos analíticos e sintéticos", disse Nara.

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