Preços de combustíveis voltam a subir no atacado

A deflação nos preços dos combustíveis e lubrificantes chegou ao fim no atacado, segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Se comparadas as prévias do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a variação de preços nesse segmento mostra que de uma queda de 0,41% na segunda prévia de julho, os combustíveis subiram 0,91% no atacado em agosto.

De acordo com Quadros, apesar dos preços do varejo terem sido mais influentes na aceleração da taxa da segunda prévia do IGP-M de agosto, os preços do atacado também registraram aceleração mais intensa (de 0,21% para 0,25%), impulsionados pelos combustíveis. "Realmente, os combustíveis foram os que mais influenciaram a alta de preços no atacado", afirmou o economista. Segundo Quadros, todos os principais combustíveis no atacado aceleraram ou registraram queda menos intensa de preços, da segunda prévia de julho para igual prévia em agosto. Entre os destaques, estão os comportamentos de preços em álcool etílico hidratado (de -1,33% para 3,75%); gasolina (de -0,08% para 0 32%); óleos combustíveis (de -1,98% para -0,02%) e querosene para motores (de 1,11% para 1,53%).

O economista comentou que o setor está sendo influenciado por dois fatores. O primeiro, que tem impactado o preço de álcool e gasolina, é a relação entre oferta e demanda no setor sucroalcooleiro e seus derivados. Já há algum tempo, a demanda no setor encontra-se aquecida, com crescente procura – mas a oferta não tem acompanhado, no mesmo ritmo, o que se reflete nos preços. A gasolina é indiretamente afetada, visto que contém 20% de álcool em sua formação. Já os outros combustíveis estão sendo influenciados por oscilações na cotação do petróleo, no mercado internacional.

Carne bovina

O preço da carne bovina está subindo no atacado e no varejo, no âmbito do IGP-M. Segundo o coordenador da FGV, na passagem da segunda prévia do IGP-M de julho para igual prévia em agosto, a taxa de elevação nos preços dos bovinos no atacado passou de 1 07% para 6,80%. No mesmo período, o aumento de preço da carne bovina frigorificada dianteira passou de 1,92% para 3,23%; já a elevação de preço da carne bovina frigorificada traseira passou de 0,08% para 2,42%.

Esse cenário, que reflete os primeiros sinais do período de entressafra do setor, começou a ser detectado no final de julho, quando os preços dos bovinos começaram a subir no atacado. Com a entressafra, a oferta do produto diminui, o que eleva os preços. O comportamento dos preços da carne no atacado levou a um repasse para os preços do consumidor. No varejo, os preços das carnes bovinas passaram de queda de 1,24% para alta de 0,17%, na passagem da segunda prévia do IGP-M de julho para igual prévia em agosto. "Esse comportamento dos preços das carnes é importante. No varejo, foi a segunda maior influência na aceleração de preços do setor de alimentação, atrás somente da elevação mais intensa nos preços das frutas (de 0,69% para 12 39%)", afirmou.

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