Preços à indústria pressionam alta do IGP-M em agosto

A aceleração de 0,37% do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) em agosto, comparativamente à alta de 0,18% em julho, foi atribuída basicamente ao Índice de Preços ao Atacado (IPA) industrial pelo coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. O IPA industrial saiu de uma alta de 0,17% no mês passado para uma taxa de 0,39% em agosto.

Segundo Quadros, apesar da variação dos produtos industriais ser menor do que a alta de 0,71% do IPA agrícola, o indicador de preços da indústria influenciou mais a composição do IGP-M, dado o seu maior peso. O IPA como um todo fechou o mês de agosto em 0 46%, depois de ter registrado uma variação de 0,21% em julho.

De acordo com Quadros, o efeito da apreciação do câmbio neste movimento é pequeno. Para ele, a influência maior veio do ajuste dos preços dos produtos industrializados, que sobem independente da cotação do dólar. É o caso, por exemplo, de alguns derivados do petróleo, como nafta e resinas, que acompanham o preço do óleo no mercado internacional.

Os metais hidráulicos, que em julho estavam com seus preços negativos em 1,42%, subiram para 1,04% em agosto. Isso, de acordo com o coordenador da FGV, está associado aos aumentos dos preços do cobre e do alumínio, que foram reajustados no atacado recentemente.

Em decorrência desses aumentos, os condutores elétricos, que no mês passado mostravam uma queda de 4,32%, fecharam este mês praticamente estáveis, com uma ligeira alta de 0,04%. "Isso funciona como aceleração, ou seja, a pressão favorável deixou de contribuir para a inflação", disse Quadros. As matérias-primas brutas, que também ajudaram a pressionar o IPA industrial, subiram de 0,49% para 0,61%.

Dentro do IPA agrícola, as maiores pressões vieram dos bovinos, que subiram 8,26% no mês, ante uma variação de 1,20% em junho. As carnes de segunda subiram 6,36% em agosto, e a de primeira, 5 04%.

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