Preço de alimentos desacelera e faz IPC-S perder força

Graças à intensificação na queda dos preços dos alimentos (de -0,03% para -0,32%), a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) perdeu força na última semana de março e subiu apenas 0,22%, abaixo da taxa na semana anterior (0,25%). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) um dos motivos é a influência da gripe aviária, que provocou a transferência para o mercado doméstico de parte do estoque de frango destinado à exportação. Isso elevou a oferta do produto e derrubou os preços no varejo.

O economista da FGV André Braz não descartou que sejam apuradas também em abril taxas menores no IPC-S. Ele lembrou que os preços dos alimentos registraram elevações menos intensas ou quedas ao longo de março e, até o momento, nada indica que esta tendência esteja se invertendo. Na última semana do mês, o fenômeno ganhou força. Dos 21 itens alimentícios, 16 registraram desaceleração. "Esse é um efeito que está bem espalhado", considerou o economista. Entre os destaques, estão as quedas de preços em frutas (-2,84%), carnes bovinas (-1,81%) e aves e ovos (-3,96%).

O bom momento dos preços dos alimentos coincidiu com outro fator benéfico para a inflação no varejo: os efeitos da gripe aviária. No IPC-S de até 31 de março o preço do frango em pedaços caiu 5 10%; já o preço do frango inteiro registrou queda de 6,26%.

Esse fenômeno não é novo, e tem contribuído muito para a inflação baixa medida pelo IPC-S este ano. "No primeiro trimestre de 2006, o frango em pedaços e o frango inteiro ocuparam a segunda e a quinta posição, respectivamente, entre os itens que mais contribuíram para a taxa reduzida do IPC-S (ao longo do ano)", disse Braz. Segundo ele, no primeiro trimestre deste ano, o preço do frango em pedaços registra queda acumulada de 11,20% e o preço do frango inteiro, deflação de 14%.

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