Porto vai usar armazéns do IBC em Ponta Grossa

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, esteve nesta segunda-feira (14) em Ponta Grossa onde definiu com prefeito Pedro Wosgrau a assinatura de um protocolo de intenções que prevê a utilização – ainda nesta safra – de armazéns do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), sob a responsabilidade da prefeitura. A estrutura de 16 mil m² será usada preferencialmente para guardar madeira produzida no Paraná.

"Esse espaço vai receber investimentos da Appa e servirá como retroárea do porto e garantirá maior agilidade no fluxo das cargas. A previsão é que em 10 dias o protocolo seja assinado. Até lá, o prefeito Pedro Wosgrau compromete-se em oferecer aos madeireiros do Paraná esta possibilidade, esta logística diferenciada, capaz de atender às demandas com velocidade e eficiência", afirmou Eduardo Requião.

Segundo o superintendente, a autarquia estará concluindo nos próximos 15 dias contratos para movimentação de madeira por Paranaguá e, com isso, resgatando as operações do produto, que voltarão a figurar entre os principais do terminal portuário.

Desde o início da atual gestão, o Porto de Paranaguá registrou aumento significativo de vários produtos ? entre eles a madeira ? que fazem parte do segmento da carga geral. Entre 2003 e 2004, o Porto teve um aumento de 1 milhão de toneladas neste segmento. "Resgatamos, junto com as operações destas mercadorias, a atenção dos madeireiros de várias partes do país ao nosso Estado", comentou o dirigente portuário.

Para o prefeito Pedro Wosgrau, a celeridade do terminal para movimentação de madeira é prioridade da prefeitura de Ponta Grossa. "Esta parceria vai trazer geração de tributos, empregos e renda. É da maior importância para o município que esse terminal funcione em nossa cidade", afirmou.

Conab

Esta foi a segunda reunião na qual o superintendente da Appa tratou da instalação de infra-estrutura retroportuária em Ponta Grossa. Na primeira, a pauta de discussões estava concentrada na utilização de armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) como silos do Porto.

A intenção de Eduardo Requião era a utilização dos armazéns com capacidade para 420 mil toneladas, que funcionariam como áreas de fluxo para os grãos com destino à exportação pelo Porto de Paranaguá.

Ao invés disso, afirmou Requião, a Conab quer oferecer uma estrutura com capacidade para 120 mil toneladas. "Não investiremos R$ 10 milhões numa silagem insuficiente para atender nossas necessidade. O acordado foram 420 mil toneladas e hoje nos deparamos com uma discrepância de interesses. O nosso interesse é em nome da economia do Paraná e da coisa pública", comentou.

De acordo com o superintendente, mesmo o compromisso de investimento na estrutura da unidade da Conab em Ponta Grossa e a garantia do fechamento de um acordo feita pelo superintendente da Conab, Jacinto Ferreira ? que em janeiro deste ano, em visita ao Porto de Paranaguá, elogiou a atitude do superintendente da Appa, dizendo que estenderia a iniciativa para todo o país ? não representaram a efetivação do projeto.

"Coloquei ao prefeito Wosgrau o meu desconforto com relação a Conab. Espero que o presidente da companhia reveja a posição que está sendo adotada pelos técnicos, que estão evitando o investimento, as melhorias e a geração de benefícios e empregos diretos que serão criados com este projeto", explicou Eduardo Requião.

"Sem a utilização desta estrutura, a logística estudada pelo porto não será efetivada, trazendo perdas a Ponta Grossa e ao Paraná", disse ainda o superintendente. A expectativa, conforme definiu, é que os investimentos programados atraiam diariamente 1.500 caminhões e gerem, no mínimo, mil empregos diretos em Ponta Grossa.

"Mas estes projetos podem ser barrados em nome de interesses adversos aos do poder público. Não entendemos porque a Conab refluiu nos acordos firmados anteriormente e nós estamos fazendo o máximo para que interesses de pequenas ou grandes empresas não pressionem a Conab".

Nosso objetivo – disse ainda – é escoar a safra com segurança e rapidez, sem filas e com uma logística adequada. Pedimos aos políticos representantes de Ponta Grossa que busquem respostas do porquê desta postura da Conab e lutem por este investimento importante que o Porto de Paranaguá quer fazer na cidade", disse o Superintendente. O prefeito de Ponta Grossa disse que está entre os que reivindicarão a revisão da posição da Conab para firmar a parceria com o porto. 

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