Porto reage à multa

O superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina, Eduardo Requião, afirmou nesta quarta-feira (20) que o Ibama está colocando ?uma cortina de fumaça? sobre seu próprio erro cometido ao licenciar operadores portuários de forma errada. ?A Cattalini possui licença para operar há 16 anos e a empresa informa que nunca o Ibama, ou o IAP, esteve lá para fazer algum tipo de fiscalização. Também à Capitania dos Portos cabe a fiscalização mas, por ocasião da explosão do navio Vicuña, o próprio Capitão dos Portos disse que a fiscalização não era feita, por falta de pessoal?, afirmou.

Ele anunciou que vai discutir na Justiça sobre a multa que lhe foi imposta e ?clarear? a situação que permanece obscura. ?Não podemos continuar legalizando as injustiças. O Porto se manifesta contrário às atitudes tomadas por esses órgãos públicos estadual e federal?, disse.

Eduardo Requião disse que esta é uma atitude incompreensível, pois até hoje, portanto oito meses após o acidente ? ocorrido em 15 de novembro de 2004 -, quando o tanque de combustíveis do navio explodiu no terminal da Cattalini, às margens das ilhas adjacentes ao Porto de Paranaguá, continuam com uma faixa considerável de óleo, cuja profundidade indica uma contaminação bem superior a divulgada pelos órgãos governamentais de fiscalização.

Eduardo Requião disse estranhar também que as empresas contratadas pela seguradora do armador ? a Hidroclin, a Ecosorbe e a Alpina -, não só para realizar os trabalhos de limpeza, mas para também treinar os moradores das ilhas, que ficariam à disposição por vários anos como fiscais desses grupos de trabalho. Em qualquer eventualidade esses ilhéus estariam aptos a notificar empresas e órgãos competentes para que o trabalho fosse realizado.

Houve um desvio nos objetivos, pois essas empresas não contrataram os ilhéus e sim empresas de conservação e segurança, a Prest Serv e a KCL. ?Pagaram um preço exorbitante para essas empresas e tentaram se justificar com base em equipamentos e outros argumentos fortuitos, dando como conclusos os serviços. Agora, o IBAMA e o IAP concordam com essa conclusão, quando todos nós sabemos que os manguezais das ilhas estão ainda encharcados de óleo?, disse o superintendente.

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