A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) lançou nesta sexta-feira (20) o Projeto de Gestão da Responsabilidade Social. Representantes de empresas arrendatárias e concessionárias instaladas no Porto de Paranaguá, além de representantes sindicais e de operadores portuários participaram da reunião.
O objetivo é verificar quais são os programas sociais já realizados para que a Appa possa ver onde estão as deficiências e contribuir com as comunidades mais carentes da cidade. ?O diagnóstico pretende tirar uma fotografia da realidade empresarial, seu engajamento com as questões sociais do entorno?, afirma o chefe do departamento de planejamento da Appa, Daniel Lúcio de Souza,
Ainda segundo Souza, a partir do diagnóstico será possível estabelecer a integração e interação das várias ações hoje isoladas, buscando harmonizar e incentivar a implementação de outros projetos de resgate da divida social que as empresas possuem com a comunidade da qual são integrantes.
A empresa Sim Consultoria, licitada para realizar o trabalho, tem prazo de 60 dias para realizar o diagnóstico. De acordo com Márcia Bezerra, diretora da empresa, após a realização do diagnóstico, a SIM consultoria vai recomendar ações sociais que podem ser desenvolvidas pelo Porto.
Atualmente, a Appa já desenvolve um projeto social chamado Porto Comunidade, no qual 30 estudantes têm aulas diariamente na sede administrativa do Porto, com o intuito de complementarem sua educação e tornarem-se guias-mirins portuários. O projeto é desenvolvido em parceria com o trabalho voluntário de colaboradores da Appa, que ministram aulas diversas ? como inglês, espanhol, xadrez, pintura, noções de direito, história do porto ? para auxiliarem na formação dos estudantes.
Blásio Mungen, gerente de operações da Sadia, esteve presente a reunião. Para ele, o projeto é de grande importância, uma vez que através dele será possível conhecer o que cada empresa ligada ao porto já desenvolve em relação a atividades socialmente responsáveis. ?Vai ficar mais fácil saber o alcance de cada projeto e também, depois do diagnóstico, poderemos direcionar o foco para onda ainda existem deficiências?, afirma.
Hoje, a unidade da Sadia desenvolve em Paranaguá oito projetos sociais e pretende chegar a dez em 2007. Entre estas iniciativas está o ?Brincando de Verdade?, criado em março deste ano, no qual funcionários voluntários recebem crianças no contra turno escolar. Elas moram em bairros próximos à empresa e pertencem a famílias de baixa renda. Na Sadia, as crianças utilizam a quadra de esportes, as salas de treinamento e até a cozinha para aprender. Também cuidam da horta e têm aulas de informática e música. ?Nosso objetivo é promover alternativas a estas crianças e fazer com que elas ocupem seu tempo com coisas positivas e sadias?, disse a pedagoga Marize Costa do Nascimento, funcionária da empresa.
Tendência
A responsabilidade social hoje já é uma prática internacional corrente. A Organização das nações Unidas (ONU), através da ISO certifica as empresas que são socialmente responsáveis e as ações desenvolvidas pelas corporações baseiam-se nas Metas do Milênio que são: acabar com a fome e a miséria; educação básica e de qualidade para todos; igualdade entre sexos e valorização da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a aids, a malária e outras doenças; qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; e todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento.
?A Appa entra neste processo como indutora e facilitadora. Não é possível a omissão empresarial aos impactos sociais negativos que a atividade econômica causa na comunidade do segundo maior Porto do Brasil, que tem batido recordes de movimentação e balança comercial. Esta riqueza pouco fica para segmentos menos privilegiados e o Porto de Paranaguá quer dar sua contribuição para reverter esta realidade?, afirma o superintendente da Appa, Eduardo Requião de Mello e Silva.