População crê que leite in natura é mais “forte”

 

Pesquisas mostram que leite in natura, o leite cru, ainda é muito consumido entre a população de Campo Mourão (PR). As pessoas desconhecem as doenças que podem estar contidas no alimento sem pasteurização e acreditam estar consumindo um produto de melhor qualidade.

 

O pesquisador da Faculdade de Ciências Farmacêuticas/USP, Luiz A. Nero, apresentou durante o 2o Congresso Panamericano de Qualidade do Leite e Controle de Mastite ? PC 2002, realizado em Ribeirão Preto, os resultados do trabalho realizado com a população campomourense.

 

Segundo dados da pesquisa, 95% da população consome leite in natura, 88% diariamente. Apenas 75% dos entrevistados afirmaram que fervem o produto e 68% não sabem das doenças que o leite cru pode transmitir.

 

Em comparação ao consumo de outros tipos de leite, o leite in natura corresponde a 37%. ?Nós constatamos que as pessoas consomem o leite cru acreditando que ele é mais forte e mais barato?, afirma Nero.

 

Pirassununga

 

Outra pesquisa, realizada no ano de 2001, em Pirassununga (SP), mostra resultados parecidos com os de Campo Mourão. Os dados apresentados durante o congresso apontam que 13,5% da população da cidade paulista consomem leite cru informal.

 

De acordo com o diretor do Instituto Fernando Costa, Alexandre de Azevedo Olival, as pessoas escolhem o leite in natura pela facilidade de compra na porta de casa e achando que encontram mais qualidade e menos contaminação do que no produto industrializado. ?75% dos pesquisados não conheciam problemas causados pelo leite in natura?, afirma Olival.

 

Ele destacou ainda que um dos pontos relevantes da pesquisa é que, como o produtor geralmente é conhecido do consumidor e transmite certa confiança, fica mais difícil implementar campanhas para ampliar o consumo de leite pasteurizado.

 

O PC 2002 reuniu mais de 500 pessoas de 19 países em quatro dias. Foram apresentadas mais de 40 palestras, inclusive de especialistas de renome internacional.

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