Verri diz que PT luta por aliança com PDT e PMDB

O presidente estadual do PT, Ênio Verri, confirmou que a direção nacional do partido está atuando para tentar ressuscitar a aliança entre PDT, PT e PMDB no Paraná.

“A orientação da direção nacional é essa. É para investir na aliança, primeiro. Achamos que este ainda é o melhor caminho”, disse o dirigente do PT, sem revelar detalhes da ação que está sendo feita a partir de Brasília para restabelecer as conversas entre os três partidos.

Entretanto, a avaliação de setores dos três partidos é que toda e qualquer articulação, seja ela feita diretamente pelo presidente Lula, ou não, esbarra na persistência do governador Orlando Pessuti (PMDB) em manter sua candidatura à reeleição. E uma das análises aponta que um pedido direto do senador Osmar Dias poderia ser decisivo para um acordo.

Além de emissários do presidente Lula, que telefonaram ontem a Pessuti, o governador começou a ser pressionado dentro da bancada estadual. “Está tudo meio encoberto. Quem sabe o que pode acontecer. Nada está finalizado”, desconversou o presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, um dos apoiadores da candidatura de Pessuti à reeleição.

A maior preocupação da bancada é com a eleição para a Assembleia Legislativa, em que os dezessete deputados buscam uma aliança que possa ajudá-los a se reeleger.

Na reunião da executiva realizada anteontem à noite, vários deputados passaram a defender a renúncia de Pessuti à candidatura ao governo. Com a oficialização do presidente nacional do PMDB, Michel Temer, como candidato a vice-presidente na chapa da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) à sucessão presidencial, os peemedebistas viram ser fechada a porta da coligação com o PSDB no Paraná.

Os defensores do apoio do PMDB à candidatura do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB), que viam na aliança uma forma de reeleger a maioria dos dezessete deputados peemedebistas, já estão se recolhendo.

Seria difícil convencer os tucanos a aceitá-los na aliança sem a possibilidade de apoio oficial. O PMDB tem agora três alternativas: ou convence o PT a apoiar Pessuti, ou concorda em apoiar a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo ou vai para a disputa, mais uma vez, de chapa pura.

Na outra ponta, de forma quase isolada, está o ex-governador Roberto Requião. Ele defende que o partido apóie o senador Osmar Dias para o governo e adiantou a alguns peemedebistas que está disposto a bancar essa proposta na convenção do dia 27.

Além de derrotar a candidatura própria de Pessuti na convenção, Requião tem outro obstáculo no seu caminho: convencer o senador Osmar Dias a esperar pela convenção do PMDB.

Osmar também está sob pressão. Apesar de ter deixado aberta a convenção do PDT até o dia 30, ele está sob o bombardeio diário do PSDB que oferece ao senador pedetista a candidatura à reeleição ao Senado e a indicação do candidato a vice-governador. E os tucanos dizem que têm pressa. Esperam pelo “sim” de Osmar até a convenção do próximo sábado, dia 19.