Vereadores de São Paulo evitam falar sobre cassação

Os vereadores de São Paulo cassados pela Justiça em razão de recebimento de doações consideradas ilegais na campanha de 2008 evitavam ontem contato com a imprensa e assessores informavam que apenas os respectivos advogados de defesa falariam. Na tribuna da Câmara Municipal, durante sessão extraordinária realizada à tarde, ninguém se atreveu a comentar a situação dos parlamentares envolvidos.

Os mandatos de oito vereadores foram cassados pelo juiz Aloisio Sergio Resende Silveira. A lista inclui o líder do prefeito Gilberto Kassab (DEM) na Câmara, o tucano José Police Neto, e seu colega de partido Gilberto Natalini, que já foi cotado para suceder Walter Feldman na Secretaria Municipal de Esportes.

Também foi cassado Marco Aurélio Cunha (DEM). A maioria dos punidos na decisão mais recente, porém, é do PT, com cinco dos 11 integrantes da bancada afetados pela decisão: Antônio Donato, presidente municipal do partido; Arselino Tatto; Ítalo Cardoso; José Américo e Juliana Cardoso. Nenhum deles havia recorrido da decisão até a noite de ontem.

Com a primeira decisão, de outubro, já são 24 os punidos, 43% dos 55 parlamentares. A maioria dos cassados é do PSDB: oito dos 12 vereadores. Assim como o PT, o DEM, tem cinco punidos (de um total de sete). Eles recorreram da decisão de Silveira, o que lhes garante automaticamente efeito suspensivo e permanência no cargo até julgamento pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Há ainda sete vereadores absolvidos.

Dos oito cassados na última decisão, apenas Gilberto Natalini (PSDB) não compareceu em plenário ontem e só José Police Neto (PSDB) e José Américo (PT) falaram ao microfone, mas se restringiram a questões de encaminhamento.