Vereador Bonilha preso em Londrina

No mesmo dia em que viu seus colegas aprovarem a abertura de comissão processante para cassá-lo e que o Ministério Público apresentou denúncia à Justiça contra ele e mais três vereadores por crime de concussão, pedindo, inclusive, o afastamento dos vereadores de suas funções legislativas, o vereador de Londrina Orlando Bonilha (PR) foi preso na tarde de ontem quando deixava a Câmara Municipal.

E o motivo de sua prisão sequer é o mesmo que levou às denúncias do MP e ao processo de cassação na Câmara. A prisão foi decretada pelo juiz da 2.ª Vara Cível de Londrina, Nelson Miranda da Rocha, por conta de denúncias de que em 2004, ano em que era presidente da Câmara, Bonilha cobrava para si parte dos salários de alguns funcionários da Casa nomeados por ele.

Também ontem, a Promotoria Especializada de Proteção ao Patrimônio Público de Londrina protocolou ação civil pública para responsabilização por atos de improbidade administrativa contra os vereadores Orlando Bonilha, Renato Araújo (PP), Flávio Vedoato (PSC) e Osvaldo Bergamin (PMDB) e contra o ex-vereador Henrique Humberto Mesquita de Almeida Barros, por crime de formação de quadrilha e concussão.

Os vereadores são acusados de estar usando das vantagens de ocuparem um cargo público, extorquirem empresários da região em troca de apresentação e votação de projetos do interesse dos empresários, como horários de funcionamento de estabelecimentos comerciais, alvarás, zoneamento e doação de terrenos. Em janeiro, o MP já havia apresentado denúncia criminal contra os acusados.

Nesta nova ação, a promotoria pede o imediato afastamento cautelar do cargo dos quatro vereadores em atividade na Câmara, até o encerramento da instrução processual ou por prazo que o Judiciário reputar conveniente para o alcance da mesma finalidade, sem prejuízo de seus vencimentos. O objetivo do pedido é não atrapalhar as investigações tanto do MP quanto da Câmara.

Antes de ser preso, Bonilha viu a Câmara Municipal aprovar, por maioria dos votos, a abertura de Comissão Processante que pode resultar na cassação de seu mandato. Muitos vereadores esperavam, até, a renúncia de Bonilha antes da abertura da sessão, o que evitaria a cassação e a conseqüente perda dos direitos políticos do vereador, que o impediriam de concorrer nas eleições de outubro.

Bonilha não se manifestou neste sentido, a sessão foi aberta e a comissão aprovada. No sorteio dos membros da comissão, um fato inusitado justificou o pedido de afastamento pelo MP. O vereador Osvaldo Bergamin, investigado junto com Bonilha, foi um dos três vereadores sorteados para compor a comissão, ao lado de Roberto Kanashiro (PSDB) e Tercílio Turini (PPS). A comissão tem 90 dias para apresentar seu relatório. Bonilha é o segundo vereador a ser investigado pela Câmara. No mês passado, Henrique Barros renunciou antes da abertura da comissão.

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