Vaga para o Senado provoca disputa no PT

O PT do Paraná adiou o anúncio do chamado consenso em torno da sua chapa majoritária – candidatos ao governo e Senado – para o próximo ano. Na abertura do 18.º encontro estadual do partido que começou ontem e termina hoje em Curitiba, no Clube Literário do Portão, a direção do partido apenas abriu a discussão sobre "Estratégia e construção partidária" e anunciou que o pré-candidato cogitado, o senador Flávio Arns, está doente e ficará afastado das atividades partidárias por quinze dias, seguindo recomendação médica. A definição do pré-candidato não deve ocorrer antes do próximo ano.

Já a indicação para o Senado dependerá de novas discussões. A direção estadual pretendia bater o martelo sobre a candidatura da diretora financeira da Usina de Itaipu, Gleisi Hoffmann, mas a deputada federal Clair Martins apresentou sua pré-candidatura. Ontem, faixas e cartazes anunciando sua disposição de brigar pela vaga decoraram as paredes do clube. Clair disse que não se trata de uma disputa entre as alas mais à esquerda ou à direita do partido, mas de uma concepção sobre o projeto de desenvolvimento para o País. "O debate é importante e também acreditamos em consenso", afirmou a deputada federal, que afirmou ter apoios entre as várias alas do partido.

O problema de saúde de Arns, que está se recuperando de uma trombose na perna, não é a única explicação para a mudança no ritmo das definições petistas. O senador também pediu mais prazo para verificar se o projeto está bem estruturado e se sobrevive às diretrizes nacionais. A preocupação de um setor do PT do Paraná é que as articulações para uma possível candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atropele a tese da candidatura própria no Estado e o partido seja levado, futuramente, a um acordo ditado nacionalmente.

Arns pode não ser a opção única para o governo. O militante e representante do Conselho Nacional das Cidades no Paraná, Luis Herlain, também vem buscando apoios para apresentar sua pré-candidatura ao governo.

Centro das atenções

Vargas, que vinha afirmando que até o final do ano, a chapa majoritária estaria pronta e que o consenso entre as forças internas estava quase fechado, já não tem mais tanta pressa. O presidente do partido admite que pode haver prévias para a escolha das candidaturas, uma hipótese que até então vinha sendo rejeitada. "Temos formas de decisão e não vamos atropelar nada. O consenso é urgente, mas não podemos ter pressa", afirmou o presidente do PT.

O presidente do partido disse ainda que o encontro deve estabelecer prazos para a decisão sobre as candidaturas. E que este prazo pode ser até mesmo fevereiro do próximo ano. "Temos também que construir o programa de governo. Pode ser que tenhamos uma definição de nomes este ano ou não. Se tivermos mais de um candidato, vamos fazer prévias", afirmou Vargas.

Um dos participantes do encontro, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, fez uma exposição sobre o governo Lula, apresentando números sobre o desempenho da economia. Bernardo reproduziu também dados da cartilha lançada anteontem, mostrando os investimentos feitos pelo governo no Paraná. A cartilha rebate as críticas do governador Roberto Requião (PMDB) ao governo federal.

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