Legislativo

Último ex-diretor da AL já deixou a prisão

O único ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná que ainda estava preso deixou ontem a prisão. Cláudio Marques da Silva, ex-diretor de Recursos Humanos da Casa foi preso no dia 24 de abril, juntamente com o ex-diretor-geral, Abib Miguel e o ex-diretor financeiro, José Ari Nassif, acusados de comandarem o esquema de edição de atos secretos e contratação de funcionários fantasmas no Legislativo Paranaense. Ao contrário de Bibinho e Nassif, que foram soltos graças a um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli, no dia 10 de junho, Marques continuou detido por conta de um flagrante de porte ilegal de arma no momento de sua prisão.

Marques deixou o Centro de Triagem II, de Piraquara ontem, depois de um habeas corpus concedido na quinta-feira pelo Tribunal de Justiça. Responsável pelas contratações e rescisões dos servidores da Assembleia, Marques é apontado pelo Ministério Público Estadual como um dos agentes no esquema que pode ter desviado mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos através da contratação, via atos secretos, de funcionários que nunca prestaram serviços à Casa. Ele foi denunciado pelos crimes de desvio de recursos públicos, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Além de Cláudio Marques, Nassif e Bibinho, outras 10 pessoas foram denunciadas pelo MP-PR em 18 de maio acusadas de participar do esquema. O esquema criminoso que utilizava funcionários fantasmas e laranjas para desviar dinheiro público foi denunciado em março, por uma série de reportagens do jornal Gazeta do Povo e da RPCTV.

Alegando que o caso está relacionado ao caso “gafanhotos”, que investiga o desvio de salários de servidores da Assembleia para uma mesma conta, a defesa de Bibinho recorreu ao Supremo Tribunal Federal para que o caso fosse julgado pela Justiça Federal, uma vez que a investigação subiu ao Supremo por conta do suposto envolvimento de deputados federais. Em decisão monocrática, o ministro Toffoli suspendeu as investigações no âmbito estadual, bem como todas as suas conseqüências (inclusive as prisões) até que o STF decida se os casos são referentes à mesma investigação e, se julgar que sim, se desmembrará ou não o processo para que apenas os deputados federais sejam julgados pelo Supremo. O Ministério Público já apresentou recurso ao Supremo contra a decisão de Toffoli.