TCU vai sugerir a Lula mudar gestão de Itaipu

O presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Adylson Motta, disse, respondendo a um questionamento do senador Alvaro Dias (PSDB/PR), que já marcou audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir mudanças no modelo de gestão da Itaipu Binacional. "O assunto me preocupa muito, pois, pelo acordo internacional, não podemos fiscalizar a aplicação do dinheiro público pela Binacional. E esta é a mesma preocupação da Controladoria-Geral da República Paraguaia."

O ministro, que ontem participou de audiência na CPMI dos Correios, disse que vai entregar pessoalmente ao presidente Lula uma proposta para que se inclua uma cláusula no acordo permitindo a fiscalização. Para Alvaro Dias, a Itaipu Binacional tem uma movimentação financeira gigantesca e não pode ser submetida a um modelo dos tempos da ditadura: "Não temos que mudar uma única cláusula do acordo, mas todo o modelo. Só assim podemos garantir transparência. Na próxima semana, uma comitiva de parlamentares paraguaios vai estar aqui no Congresso Nacional para discutirmos o assunto".

Alvaro Dias aproveitou a presença de Adylson Motta no Congresso para fazer elogios ao trabalho do TCU. O Tribunal confirmou irregularidades, denunciadas por ele, nos convênios entre governo e entidades ligadas ao MST e no contrato para aquisição de crédito consignado entre a Caixa Econômica e o BMG: "As auditorias foram competentes e trouxeram subsídios importantes para a investigação política".

Ainda respondendo ao senador paranaense, Adylson Motta anunciou que o TCU vai fazer uma auditoria na Controladoria-Geral da União e que, na próxima semana, deve ser concluída a auditoria nos gastos do governo com cartões corporativos. Um requerimento de informação sobre os gastos, apresentado por Alvaro Dias e aprovado pela Mesa do Senado Federal, foi encaminhado à Casa Civil da Presidência, mas os técnicos não estão tendo acesso aos processos.

O senador denunciou essa dificuldade imposta pelo governo na CPMI e também fez um apelo em plenário para que seja oficialmente designado um auditor pela Mesa para acompanhar a prestação de contas, uma nova exigência da Casa Civil, enviada através de ofício esta semana. As irregularidades nos gastos com cartão começaram a ser denunciadas por Alvaro Dias em setembro de 2005, quando foram identificadas notas frias que calçavam as despesas e grande quantidade de saques em dinheiro. 

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