Problemas com a justiça

Supremo processa um quarto dos parlamentares reeleitos

Um em cada quatro parlamentares que renovaram o mandato no Congresso Nacional responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramitam processos criminais envolvendo deputados, senadores e outras autoridades federais.

Juntos, eles acumulam 167 pendências judiciais. São 120 inquéritos (investigações preliminares) e 47 ações penais (denúncias aceitas pelos ministros que podem resultar em condenação) contra 71 deputados e cinco senadores reeleitos. Aparecem na lista seis deputados federais reeleitos do Paraná. As informações são do levantamento realizado pelo site Congresso em Foco, especializado na cobertura crítica do Congresso Nacional.

Agência Câmara
Kaefer: dois processos.

Três dos paranaenses citados respondem por crime eleitoral. Abelardo Lupion (DEM) e Eduardo Sciarra (DEM) foram autuados em 2007. Sciarra ainda responde por captação ilícita de votos e corrupção eleitoral.

O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB), além de crime eleitoral, tem um inquérito sobre crime contra o sistema financeiro e formação de quadrilha, de 2009.

O advogado de Kaefer, José Alberto Dietrich Filho, avisou que dois inquéritos se referem ao consumo de combustível durante a campanha eleitoral e, em relação ao terceiro, que tramita em segredo de Justiça, “quase todos os tópicos do inquérito já foram solucionados administrativamente pelo Banco Central”.

Agência Câmara
Sciarra: crime eleitoral.

A justificativa de Lupion enviada ao Congresso em Foco diz que a corrupção eleitoral se refere a uma inexatidão na prestação de contas da campanha de 1998, segundo o deputado considerada correta pela Justiça Eleitoral do Paraná, mas questionada pelo Ministério Público.

“Em nossa defesa, antes de comprovar a exatidão de nossa prestação de contas, temos insistido para que o processo seja julgado o mais rápido possível. Porém, constitucionalmente, o parlamentar é obrigado a ser julgado pelo STF, como única e última instância, que é um tribunal lento pela grande quantidade de ações que nele desembocam. Isso impede que o parlamentar encerre um processo em primeira instância, muito mais célere”, disse o deputado ao site.

Já Sciarra esclarece que seu nome foi apenas citado em um inquérito que tratava de uma denúncia anônima contra um candidato a deputado estadual que pertenceu à mesma coligação que ele, na penúltima eleição.

“Este processo foi arquivado por falta de provas. O inquérito que tramita no STF resultou do desmembramento deste processo, em razão do foro privilegiado”, diz o deputado.

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Takayama: ação por peculato.

Dilceu Sperafico (PP) tem uma ação penal por apropriação indébita e Hidekazu Takayama (PSC) por peculato, para as quais não aparece resposta no Congresso em Foco.

O deputado Fernando Giacobo (PR) tem duas ações penais: uma diz respeito à formação de quadrilha, falsidade ideológica e crime contra a ordem tributária (com parecer da Procuradoria-Geral da República pela prescrição) e outra por calúnia e difamação.

Giacobo ainda responde a um inquérito por crime contra a ordem tributária. “Desde fevereiro de 2003, quando assumi meu primeiro mandato na Câmara, nunca tive processo oriundo do exercício do mandato. Todos tratam da minha vida pregressa como empresário”, disse o deputado.