STF investiga 1/3 da bancada do Paraná

O Paraná é o quinto estado da Federação e o primeiro da região Sul em número de representantes no Congresso Nacional sob investigação no Supremo Tribunal Federal. De sua bancada de 33 parlamentares, 10 estão nesse caso, representando 30,3%, e um dos casos já tramita no STF em forma de processo. Dos 34 parlamentares gaúchos, quatro têm pendência na Justiça, e dos 19 catarinenses, três. Esses dados foram revelados em pesquisa realizada pelo portal Congresso em Foco.

O levantamento mostra que parlamentares de 11 dos 16 partidos com representação no Congresso Nacional e de todas as unidades da Federação, à exceção de Alagoas, são alvo de investigações no Supremo. Do total, 76,5% integram a base de apoio do governo federal. O PMDB é o que abriga o maior número de deputados e senadores apontados como suspeitos: 28. Nove deles já deixaram a condição de indiciados e respondem, como réus, a processo no STF.

O Estado com maior número de representantes nessa situação, em proporção à sua bancada, é Tocantins (45,4%), seguindo-se Distrito Federal, Mato Grosso e Roraima, cada um com 36,3%. Mais de 30% dos integrantes do PL e do PP com mandato parlamentar em Brasília estão entre os investigados. Proporcionalmente, liberais e progressistas estão à frente do próprio PMDB na relação das denúncias. Apenas cinco partidos ficaram fora desse rol: o PPS, o PCdoB, o PSol (ainda em fase de reconhecimento), o PSL e o PSC. Há também quatro investigações em curso contra deputados do PT no STF.

Na oposição, o PSDB se destaca como detentor do maior número de parlamentares com pendência na Justiça. Quatro senadores e sete deputados tucanos respondem a algum tipo de questionamento no Supremo. Entre os 78 pefelistas, nove são investigados.

São Paulo, o estado com o maior número de representantes no Congresso, também lidera o ranking dos investigados. Dos 73, 14 têm pendência na Justiça. A bancada do Norte ostenta, em termos proporcionais, o segundo maior número de envolvidos em algum tipo de denúncia apurada a pedido do Ministério Público. Há investigações contra um em cada quatro parlamentares da região (23,2%). O Nordeste aparece em último lugar. As denúncias contra os parlamentares nordestinos no STF alcançam apenas 12,3% da bancada, a segunda mais numerosa do Congresso.

Reincidentes

Dos 102 congressistas que respondem a questionamento no Supremo, 39 sofrem mais de uma investigação. Quatro figuram como suspeitos em pelo menos cinco inquéritos. As denúncias vão de infração à lei eleitoral a crime contra a administração pública. Campeão entre os seus pares no número de procedimentos em tramitação no STF, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) é alvo de sete investigações. Na Câmara, os recordistas em ações penais são os deputados Jackson Barreto (PTB-SE) e Ronivon Santiago (PP-AC), com quatro cada. Em todas, o ex-prefeito de Aracaju é acusado de crime contra a administração pública.

Ex-governador de Santa Catarina, o deputado Paulo Afonso (PMDB) ainda responde por atos relacionados ao período em que esteve à frente do Executivo catarinense. Há contra ele sete denúncias, mas apenas uma foi convertida em processo. O peemedebista responde, ao lado de 14 pessoas, por denúncia de crimes contra o sistema financeiro, falsidade ideológica e infração à lei das licitações por emissão de cerca de R$ 1,2 bilhão em títulos do Tesouro estadual para o pagamento de precatórios.

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