Serra defende vice de ataques tucanos

O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), pré-candidato a presidente, afirmou ontem que o vice-prefeito, Gilberto Kassab (PFL), "é um homem correto e que tem cooperado muito com o trabalho na Prefeitura". A declaração foi em resposta aos ataques feitos anteontem contra Kassab pelo secretário de Educação do Estado, Gabriel Chalita, e o deputado estadual Milton Flávio (PSDB-SP). Aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato a presidente, Chalita e Flávio questionaram a possibilidade de Serra renunciar ao cargo para disputar a Presidência da República.

O deputado estadual do PSDB de São Paulo ainda lançou dúvidas sobre a capacidade do vice-prefeito de São Paulo para administrar o Executivo municipal, numa clara estratégia de usar a eventual posse dele como um fator de constrangimento a uma candidatura do prefeito de São Paulo. "Estamos trabalhando em função das questões da cidade e acho que as pessoas podem emitir, livremente, suas opiniões. Não tenho mais o que comentar", completou, recusando-se a falar sobre a eventual candidatura ou até mesmo a disputa que mantém com Alckmin pela indicação do partido. Assim, coube ao secretário de Subprefeituras da Prefeitura, Walter Feldman, a reação mais incisiva ao que admitiu ser "fogo amigo" dos tucanos. Primeiro, elogiou a "discrição" de Kassab e o trabalho que ele tem feito para a desburocratização da máquina pública municipal.

Em seguida, atacou Chalita, dizendo que, como político, deveria avaliar melhor as manifestações porque "não é como um artista, que tem liberdade poética para se manifestar". "O Gabriel Chalita é um excelente secretário de Educação; não tem sido uma pessoa de posicionamento político. Por que seria agora?", indagou. "A manifestação (de Chalita e Flávio) é ruim até para o governador porque passa a idéia de que o governador tem a mesma opinião, e sabemos que não é isso o que acontece", acrescentou.

Ao mesmo tempo, Feldman cobrou dos integrantes da legenda, numa referência clara ao governador de São Paulo, que não direcionem o processo de definição da cabeça-de-chapa por opções individuais e que também não provoquem constrangimento em outros membros da sigla.

"A vontade de candidatar-se é muito importante, mas há uma cultura no Brasil que candidatos sejam mais fortes do que partidos políticos ou alianças partidárias. A pessoa deve colocar-se à disposição do partido, mas não pode constranger seus pares ou companheiros", disse, ao ressalvar que não se referia, diretamente, ao comportamento de Alckmin porque ele estaria somente "colocando-se à disposição do partido".

Também ao defender a política de alianças, o secretário de Subprefeituras da Prefeitura de São Paulo elogiou a relação da agremiação com o PFL, ao lembrar que, além de terem o vice-prefeito, os pefelistas foram vice-presidente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com o senador Marco Maciel (PFL-PE), e ainda de governador, com o vice-governador Cláudio Lembo. "Kassab é um homem de confiança do prefeito e de comportamento extraordinário", reiterou

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