Samek deixa Itaipu pela campanha de Lula no Paraná

O diretor-geral da Usina de Itaipu, Jorge Miguel Samek, irá formalizar hoje, 28, sua licença do cargo. Samek sai da direção de Itaipu para assumir a coordenação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Paraná, a partir da próxima semana. O afastamento de Samek será oficializado durante a reunião do Conselho de Administração da usina, em Foz do Iguaçu.

Para o lugar de Samek, irá o diretor financeiro da Itaipu, João Bonifácio Cabral, que poderá acumular as duas funções. Inicialmente, a licença de Samek vai até outubro. Mas se houver segundo turno da eleição presidencial, ele fica mais um mês longe da empresa, que reassume logo após o final da eleição.

Samek é amigo pessoal de Lula e vai se encarregar de aglutinar apoios ao presidente no Paraná. As sondagens internas dos partidos mostram que as intenções de voto do presidente da República no Paraná estão abaixo daquelas registradas pelo candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin. Neste fim de semana, o presidente vem à região sul, mas o Paraná não está no roteiro. Amanhã, ele vai ao Rio Grande do Sul, onde faz dois comícios, e, no domingo, estará em Santa Catarina. Ele faz um comício em Florianópolis e almoça com empresários da Federação das Indústrias de Santa Catarina.

Atração

A escolha de Samek para a coordenação da campanha auxilia no diálogo com o PMDB do governador Roberto Requião, que, pela primeira vez, não irá apoiar o presidente no primeiro turno da eleição. O governador esteve com Lula nas quatro vezes em que o petista se candidatou à presidência da República, mas agora está, aparentemente, neutro na disputa presidencial.

O PT pretende cativar o governador para um eventual segundo turno das eleições presidenciais. Uma das primeiras tarefas de Samek é conversar com a ala peemedebista que defende o apoio já a Lula e que acenou com a possibilidade de aderir à campanha de Gleisi Hoffmann ao Senado. A dúvida jurídica sobre a validade da aliança entre PMDB e PSDB impediu o avanço das conversas. Os peemedebistas preferiram suspender a aproximação para não criar mais problemas à aliança, que está sendo analisada pela Justiça Eleitoral.

Foi uma estratégia para não atrapalhar o andamento do acordo entre o PSDB e o PMDB, já que o principal argumento dos tucanos que contestam a aliança é que o PMDB não promete apoio integral a Geraldo Alckmin. Os peemedebistas pró-Lula resolveram esperar o desfecho da disputa jurídica antes de assumir o apoio aos petistas.

Um dos porta-vozes do movimento pró-Lula e Gleisi e presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, afirmou que o grupo deu uma pausa, mas na próxima semana retoma os contatos para se incorporar à campanha dos petistas. O grupo planeja divulgar um manifesto de apoio a Lula com a assinatura de lideranças políticas e de outros setores da sociedade.

O primeiro a ser convidado para assinar o manifesto é o reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Alberto Moreira, que é filiado ao PMDB. A idéia é aproveitar a volta às aulas no início da semana para começar a distribuir o documento entre os estudantes. 

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