Rossoni diz que ?não dá para entender? Alvaro Dias

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, antecipou-se à reunião da executiva do partido marcada para a próxima segunda-feira, dia 5, e atacou a posição do senador Alvaro Dias, que defendeu liberdade no exercício do mandato dos deputados estaduais.  

Rossoni pretendia conversar ainda ontem com o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), para discutir a posição de Alvaro. Mas Beto, por meio de sua assessora, informou que somente irá se manifestar sobre o assunto depois do encontro da segunda-feira, quando a executiva, lideranças do partido e os deputados federais e estaduais devem definir a linha de atuação do partido em relação ao governo do Estado.

Líder da oposição ao governo na Assembléia Legislativa, Rossoni defende que toda a bancada formada por sete deputados corte os laços de apoio ao Palácio Iguaçu. Dos sete, quatro estão na base aliada ao governo do Estado. Rossoni criticou as declarações do senador tucano, argumentando que Alvaro sempre defendeu uma orientação de oposição para a bancada estadual. O presidente estadual do partido afirmou que foi cobrado várias vezes pelo senador por causa do alinhamento de parte da bancada ao governo do Estado. da divisão da bancada entre oposição e situação ?O que mudou de lá para cá, se o governo é o mesmo, o governador é o mesmo Requião? Só posso concluir que Alvaro Dias é que mudou de lado?, questionou.

Para Rossoni, é incompreensível a postura de Alvaro, que não vê necessidade de enquadrar a bancada do partido neste momento. ?O governador Roberto Requião, do PMDB, está prejudicando Curitiba e o prefeito Beto Richa, do PSDB, suspendendo repasses de dinheiro para a capital. Como uma questão dessa gravidade não vai ser discutida agora pelo partido??, questionou.

O presidente estadual do partido insinuou que há uma suspeita entre setores do PSDB de que Alvaro fez um acordo com o governador Roberto Requião (PMDB), nas eleições do ano passado, quando os tucanos racharam entre o apoio à reeleição do governador e a participação na campanha do senador Osmar Dias (PDT). Segundo Rossoni, o fato de o senador ter dito que o partido perdeu a oportunidade de afirmar como oposição a Requião ao não lançar um candidato ao governo do Estado reforça essa desconfiança. ?A parte que eu represento do PSDB apoiou o irmão dele. Ele era contra,  apoiar ao irmão? Não dá para entender. É por isso que nos corredores da Assembléia corre um boato de que houve esse acordo?, insistiu.

Do passado

A discussão sobre os rumos do PSDB estadual ganhou força depois do mais recente desentendimento entre o governador Roberto Requião (PMDB) e o prefeito de Curitiba. Requião repetiu uma denúncia de desvio de recursos públicos para a campanha eleitoral de Beto ao governo em 2002 e o prefeito reagiu, divulgando uma carta pública assinada por toda a sua família se defendendo das acusações e criticando o governador. Desde então, parte do PSDB vem pressionando para que o partido faça oposição a Requião por inteiro, incluindo os deputados estaduais tucanos que votam com o governo na Assembléia Legislativa e o secretário do Trabalho e Ação Social, Nelson Garcia, que representa a ala aliada ao Palácio Iguaçu no primeiro escalão.

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