Ronaldo Caiado pede a renúncia de Reinhold Stephanes

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) pediu nesta quarta-feira (19) a renúncia do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, durante entrevista no corredor que dá acesso à Comissão de Agricultura da Câmara. Durante audiência pública realizada na Comissão o deputado disse que o ministro não representa os produtores rurais. Ao deixar a Câmara, o ministro respondeu às declarações do parlamentar dizendo que esta "é uma opinião isolada dele".

Um pouco antes, durante a audiência para discutir os motivos que levaram a União Européia (UE) a suspender a compra de carne bovina in natura do Brasil, deputado e ministro bateram boca. Stephanes deu início aos ataques quando lembrou da iniciativa de Caiado para organizar um mandado de segurança contra a lista de fazendas aptas a fornecer animais para os frigoríficos que abastecem a UE.

De acordo com Stephanes, até agora nenhum estado adotou sugestão de Caiado. "Eu gostaria que tivessem entrado na Justiça", alfinetou o ministro. Já o deputado disse que o procedimento judicial não teve início porque não foi possível identificar os autores da lista até o momento. Para ele, "forças ocultas" impediram que a Federação de Agricultura do Mato Grosso Famato) desse seguimento ao processo judicial.

Ainda durante a audiência, Stephanes fez questão de ressaltar sua experiência no setor rural. Ele lembrou, por exemplo, ter sido secretário-executivo do Ministério da Agricultura durante a gestão de Cirne Lima (1969-1973). A defesa do ministro foi uma resposta às declarações do deputado Caiado que o chamou de pára-quedista. Para rebater as acusações, o ministro lembrou que o deputado era um menino quando ele visitava fazendas da família Caiado. "Eu me hospedava lá".

Quando respondia às declarações do parlamentar, o ministro cometeu um ato falho e chamou Caiado de senador. Stephanes lembrou que o "senador" Caiado e a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) podem dizer coisas que ele, como ministro, não pode falar.

O deputado Paulo Piau (PMDB-MG) chamou o ministro Stephanes de diplomata, mas cobrou uma posição mais firme em relação à UE. "Diplomacia é fundamental, mas é preciso entrar na guerra, se for necessário", disse.

Stephanes voltou a dizer durante a audiência que uma das preocupações do Ministério é a cartelização do setor de insumos. Ele prometeu divulgar nas próximas semanas um estudo sobre o assunto. Respondendo a um questionamento do deputado Marcos Montes (DEM-MG), ele lembrou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Fazenda, Guido Mantega, de que não faltará recursos para a defesa sanitária.

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