Revista diz que Serra se juntou com a direita

Enquanto a revista Veja retoma em sua última reportagem de capa a questão dos eventuais dossiês produzidos por integrantes do governo federal contra seus adversários, exatamente uma semana antes do segundo turno da eleição, a revista IstoÉ traz, na capa a manchete “Os santinhos de uma guerra suja”, que acusa a campanha de José Serra (PSDB) de se aproximar de grupos ultraconservadores para reforçar a tática do ódio religioso. A revista relata que, enquanto o candidato José Serra participa de missas, cultos e celebrações por diversos templos religiosos, seus cabos eleitorais distribuem material de campanha que acusam sua adversária, Dilma Rousseff (PT) de defender “terroristas, o aborto e a corrupção”. Ato que, segundo a IstoÉ vem dividindo a Igreja Católica.

A revista IstoÉ também cita o caso da apreensão, no domingo passado, de dois milhões de panfletos anti-Dilma pela Polícia Federal numa gráfica pertencente à irmã e ao sobrinho de Sérgio Kobayashi, um dos mais influentes coordenadores da campanha do candidato do PSDB. “A partir daí, pouco a pouco, vinha a público a armação de uma guerra suja comandada pela central de boatos instalada no comitê central de Serra. É a maior campanha de mentiras já montada em uma eleição”, diz reportagem da revista que como a Veja está nas bancas neste domingo.

A reportagem revela ainda que a ordem para encomendar o material à gráfica ligada aos tucanos partiu de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele é classificado com “antigo conhecido do PSDB, amigo declarado de seu conterrâneo Sidney Beraldo, deputado estadual pelo partido e um dos coordenadores da campanha de Serra em São Paulo”. A revista também diz que a rede de produção e divulgação de boatos supostamente montada por José Serra une o candidato tucano às classes mais conservadoras do País e, ao contrário do que prega o candidato, “a defensores do autoritarismo”, trazendo um quadro com os grupos que estariam apoiando e alimentando a campanha tucana, como monarquistas, integralistas, católicos ortodoxos e tradicionalistas.

Na matéria também é comentada a “hipocrisia do aborto”. Com o subtítulo: teoria e prática de Mônica Serra, voltando a insinuar que a mulher do candidato tucano teria realizado um aborto.