O ex-governador Roberto Requião reuniu-se ontem com a bancada estadual do PMDB. Em conversa com os deputados do partido na liderança do governo, na Assembleia Legislativa, Requião avaliou o quadro político estadual e manifestou seu descontentamento com os caminhos trilhados pelo sucessor, o governador Orlando Pessuti (PMDB).
Além de ter trocado os secretários que integravam o núcleo mais próximo a Requião, Pessuti irritou o antecessor no cargo ao se aproximar de desafetos. Entre eles, está o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a quem o atual governador pediu ajuda para encaminhar pedidos do Paraná, em Brasília. A proposta de reabertura de negociações com as concessionárias do pedágio também é vista como deslealdade pelo ex-governador.
Requião deixou nos deputados a impressão de que não vai mover uma palha para ajudar Pessuti a ser candidato ao governo. O ex-governador tem o controle do partido no Estado e pode criar dificuldades para Pessuti na convenção de junho, quando serão homologadas as candidaturas a eleição de outubro.
No final de maio, o PMDB receberá o resultado de uma pesquisa que encomendou para saber como está o desempenho do peemedebista. Há menos de um mês no governo, Pessuti espera chegar às vésperas da convenção com mais de 15% das intenções de votos. Com isso, teria combustível suficiente para conquistar o apoio do partido ao seu projeto.
Na bancada estadual, a disposição da maioria ainda é para o PMDB fazer uma coligação com o PSDB, onde os deputados avaliam que seria mais fácil a conquista da reeleição. Porém, os movimentos de Requião não deixam entrever qual será sua estratégia eleitoral.
A informação de que se encontrou com o senador Osmar Dias (PDT) não procede, garantem interlocutores do governador. Ao mesmo tempo, o ex-governador também não admite composição com o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa.