Requião se licencia para Hermas assumir o governo

Vetado pela direção nacional do PSDB como candidato a vice-governador na chapa do governador Roberto Requião (PMDB), o deputado estadual Hermas Brandão (PSDB) assumirá o governo do Estado. O anúncio foi feito ontem, pelo governador Roberto Requião em Londrina, onde informou que irá se licenciar do cargo em quinze dias.

Requião confirmou o nome do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) como candidato à reeleição, no lugar de Brandão. Pessuti também irá se afastar da função de vice, abrindo caminho para a posse de Brandão no governo. O deputado estadual Pedro Ivo Ilkiv (PT), 1.º vice-presidente da Mesa Executiva, será o substituto de Brandão na presidência da Assembléia Legislativa.

Requião deixa o governo assim que concluir a montagem da nova chapa para a sucessão estadual. ?Em 15 dias me licencio do governo para poder trabalhar na campanha com mais facilidade, sem ter que ficar horas ao dia assinando papel. Com isso, o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, vai assumir o meu lugar já com uma missão: presidir a reestruturação do Ceasa de Londrina. Já que ele é o ?pai? do Ceasa, continuará sendo?, brincou o governador, que estavam em campanha na cidade ontem pela manhã.

Requião definiu Brandão como uma vítima da direção nacional do PSDB. ?Hermas foi o primeiro deputado estadual cassado depois da ditadura militar. Agora, ele foi novamente cassado pela coligação nacional do PSDB, mas continuará com a gente e me substituirá no Palácio Iguaçu?, afirmou o governador. Foi o seu primeiro comentário público sobre o veto da cúpula nacional tucana à coligação entre os dois partidos no Paraná.

Brandão comandará o governo durante todo o período da campanha eleitoral. O deputado tucano não quis disputar a reeleição, tida como certa para a Assembléia Legislativa. Desde que começou a articular a aliança com o PMDB, Brandão já havia dito que, desta vez, ou era candidato a um cargo majoritário ou ficaria fora da disputa.

Embolado

Hoje, a executiva estadual do PMDB se reúne em Curitiba para discutir o ocupante da vaga ao Senado, que até ontem ainda estava em aberto. O presidente estadual do partido, deputado Dobrandino da Silva, disse a intenção era registrar amanhã, 14, chapa completa no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O registro pode ser feito até a próxima quinta-feira, 17.

O PMDB tem como certo o direito de lançar um candidato ao Senado, justificando que, coligado com o PSDB, o candidato da aliança era o senador Álvaro Dias (PSDB). Desfeita a coligação, o partido entende que pode indicar o seu próprio candidato. No TRE, a informação é que o assunto somente será tratado quando o PMDB apresentar a sua chapa.

Do ex-secretário Renato Adur, passando pelo deputado federal Osmar Serraglio, o ex-secretário Luiz Eduardo Cheida, o deputado estadual Rafael Greca, até o ex-governador Paulo Pimentel, todos foram cogitados para a vaga. Um grupo de lideranças peemedebistas procurou Pimentel ontem pela manhã para convencê-lo a disputar. O ex-governador recusou o convite.

Serraglio ainda não foi procurado por Requião, mas sua assessoria informou que o deputado tinha uma preferência pela candidatura a vice-governador. Mas acha que Pessuti tem prioridade na indicação e não vai insistir. Serraglio, entretanto, não tem a intenção de concorrer ao Senado. Sua avaliação é que seria trocar o certo pelo duvidoso. 

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