Requião pede votação do salário mínimo

O governador Roberto Requião (PMDB) voltou a pedir ontem a votação da mensagem que encaminhou aos deputados estaduais propondo a votação do salário mínimo regional em duas faixas, de R$ 427 e R$ 437.

Há dias, o governador vem tentando apressar a votação, mas a matéria ainda está em fase de debates na Assembléia Legislativa. Ontem, foi a vez da Força Sindical expor sua posição sobre a proposta. O presidente da entidade, Sérgio Butka, defendeu a aprovação do novo piso com o argumento de que um acréscimo na massa salarial significa distribuir renda e com isso, vários setores da economia são impulsionados.

Foi uma resposta à posição da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), que no dia anterior, segunda-feira, alegou que o setor industrial não tem como suportar uma elevação do piso, correndo o risco de redução das vagas de trabalho. "Melhorar o poder aquisitivo do trabalhador não gera desemprego. Ao contrário, melhora o lado social e a arrecadação dos impostos", afirmou o presidente da central sindical.

Butka apresentou números aos deputados sobre os indicadores salariais do Estado, produzidos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos SócioEconômicos). De acordo com o representante da entidade, o Paraná é o estado da região Sul que tem o maior percentual de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo. Enquanto no Rio Grande do Sul, essa faixa é de 20,7%, e em Santa Catarina, de 13,7%, no Paraná, 23,8% dos trabalhadores têm média salarial mensal menor que um salário mínimo, comparou o líder sindical.

Ele disse ainda que a informalidade – trabalhadores sem carteira assinada – não tem relação direta com o aumento do salário mínimo, como sugeriu o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures. Para Butka, falta fiscalizar as empresas que usam a mão-de-obra sem reconhecer os direitos dos trabalhadores. Ele afirmou que, em noventa dias, as entidades sindicais vão firmar um convênio com a Delegacia Regional do Trabalho para implantar um programa de fiscalização da informalidade.

Hoje, será a vez da Fetaep (Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Paraná) debater a proposta com os deputados. Na próxima segunda-feira, está prevista a intervenção da CUT e Faep (Federação da Agricultura do Paraná). Ontem, o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), recebeu um pedido da Nova Central de Trabalhadores, criada no Paraná em 2005, para participar da rodada de audiências.

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