Ônibus gratis não existe!

Rede integrada e tarifa única serão preservadas, diz Urbs

Apesar de questionar os moldes da integração do transporte coletivo com os municípios da Região Metropolitana de Curitiba e a licitação que concedeu a 11 empresas a operação do sistema, o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, garantiu que a rede integrada e a tarifa única serão preservadas. A declaração foi feita na reunião da CPI do Transporte Coletivo da Câmara, que debateu ontem o relatório final da Comissão de Análise da Tarifa.

Com 750 páginas e 105 recomendações, o documento foi entregue por Gregório ao presidente da Casa, Paulo Salamuni (PV). O parlamentar anunciou que na segunda-feira, às 15h30, receberá integrantes da Frente de Luta pelo Transporte. “Aqui o manifestante não precisa entrar à força, porque as portas estão abertas”, afirmou.

Auditoria

Gregório reforçou que o relatório vai embasar a auditoria do transporte coletivo, instaurada pela prefeitura. Ele e o professor Lafaiete Neves, integrante da comissão e da Plenária Popular do Transporte Coletivo, questionaram o sistema de financiamento aos usuários com direito à gratuidade, para que não se onere toda a sociedade. Para Neves, o benefício aos policiais militares, por exemplo, deveria ser pago pelo governo estadual. “A gratuidade não existe, alguém está pagando. Quem a concede, que arque com os custos”, avalia. Ele acredita que mudanças no sistema permitiriam a implantação da tarifa zero e criticou a compra dos ônibus híbridos, que começaram a circular no ano passado.

Na próxima reunião da CPI, quinta-feira que vem, a partir das 14h, será discutida a composição da tarifa técnica – valor usado para remunerar as empresas, que hoje é de R$ 2,99 por passageiro transportado, enquanto a passagem é de R$ 2,70. Serão convidados técnico da Urbs e representante do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) para explanações.