Radares são novo foco dos candidatos em Curitiba

Um contrato de instalação de radares controladores de velocidade é a mais nova investida do candidato da coligação “Tá na Hora, Curitiba”, deputado estadual Angelo Vanhoni (PT), contra o adversário, o vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Vanhoni mostrou cópia de um contrato assinado por Beto Richa junto com o prefeito Cassio Taniguchi (PFL) em fevereiro de 2001. Trata-se de um aditivo contratual com a empresa Consilux, responsável pela operação dos equipamentos na cidade. Beto Richa assinou o documento na condição de secretário de Obras da cidade. No primeiro turno, o candidato tucano apresentou como uma de suas principais propostas a suspensão da instalação de radares na cidade. Segundo Vanhoni, além de prorrogar a prestação do serviço pela Consilux, o contrato teria possibilitado a cobrança de multas de caráter educativo, que mais tarde, conforme o petista, teriam sido anuladas ilegalmente por Taniguchi. O assunto foi trazido à tona no debate de anteontem à noite da TV Bandeirantes por Vanhoni e reproduzido no site do candidato petista.

No debate, Vanhoni questionou Beto sobre sua promessa de rever a instalação de radares, tomando como base a informação sobre o contrato. “Como você, Beto, promete reavaliar a questão dos radares se você próprio assinou o contrato milionário de instalação desses aparelhos?”, questionou Vanhoni.

Segundo as informações divulgadas pelo candidato petista, mais de de R$ 3,7 milhões foram indevidamente repassados à Consilux. Conforme a assessoria de Vanhoni, o Ministério Público Estadual está investigando o caso. Ainda de acordo com o site de Vanhoni, um novo contrato firmado entre a Prefeitura de Curitiba e a Consilux prevê um repasse mensal à empresa superior a R$ 750 mil.

O site do candidato petista afirma que Curitiba tem mais radares que no Rio de Janeiro e em São Paulo. (Elizabete Castro)

Beto e Cassio reagem a ataque

A assessoria do candidato Beto Richa (PSDB) explicou ontem que sua assinatura no aditivo contratual com a Consilux foi um mero ato formal, que ele cumpriu no exercício legal da função para atender burocracia processual. Na época, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) editou resolução proibindo que qualquer contrato tivesse vinculação com multas e deu prazo para que fossem feitos os ajustes modificando a forma de pagamento.

A Prefeitura contratou um estudo para tanto, aprovado pelo conselho, e elaborou um novo contrato para acolher as alterações. A Secretaria de Obras, que foi parte no contrato original, uma vez que realizou as obras necessárias à implantação de radares, foi convocada a assinar o documento, assim como a Urbs e a Procuradoria Geral do Município. Mas, segundo o candidato, já não tinha mais qualquer influência ou poder decisório sobre a questão, nem a implantação de radares utilizava mais verbas daquela pasta. O contrato original foi firmado na gestão anterior a de Richa.

A Prefeitura de Curitiba também respondeu às críticas feitas pelos candidatos assegurando que todos os equipamentos de fiscalização eletrônica em Curitiba são bem sinalizados. (Sandra Cantarin. Pacheco)

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