PT insiste em candidato próprio ao governo do Paraná

O PT já tem quatro pré-candidatos ao governo em 2006 e não será uma manifestação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, isolada, irá alterar a tendência da maioria do partido de concorrer com um candidato próprio à sucessão do governador Roberto Requião (PMDB).

Esta é a posição do presidente estadual do PT, deputado André Vargas, reagindo às declarações do deputado estadual Natálio Stica que, depois de conversar com o presidente na última sexta-feira, dia 17, durante rápida passagem de Lula por Curitiba, relatou que ele voltou a defender a aliança do PT com o PMDB nas eleições do próximo ano.

Vargas disse que o seu partido tem várias opções de nomes para concorrer – ele citou o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, a diretora financeira da empresa, Gleisi Hoffmann, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o senador Flávio Arns – e que se o presidente da República tem uma opinião diferente deve comunicá-la ao conjunto do partido e não isoladamente às suas lideranças. "Se o presidente tiver alguma coisa a dizer, que diga ao partido. Porque ele é o presidente da República, mas também é um militante do PT", afirmou o dirigente estadual. Lula fez uma curta escala no Aeroporto Afonso Pena, devido à falta de condições para aterrissagem em Chapecó, de onde seguiria para o interior do Rio Grande do Sul.

Para o presidente estadual do PT, qualquer decisão imposta pela cúpula nacional pode levar o partido a um desempenho semelhante àquele proporcionado pela aliança com o PMDB e o PTB em Curitiba, no ano passado, quando o deputado estadual Ângelo Vanhoni perdeu para o prefeito Beto Richa (PSDB). "Se o PMDB e o Requião quiserem uma aliança com o PT, há tempo para conquistar isso. Mas se for imposta, é provável que nenhum dos lados tenha ganho. O modus operandi da eleição municipal em Curitiba no ano passado já mostrou isso", afirmou. E acrescentou: "Há quase um consenso no partido sobre a candidatura própria. E o PT não é um partido onde a cúpula manda e o resto obedece".

Condições

Para ter chances de um acordo amigável com o PT em 2006, o governador deveria "fazer política" com o partido. Isto é, ter uma relação institucional com o PT no Estado e também mudar o seu comportamento em relação ao governo Lula, comentou Vargas. "A defesa do governo Lula é uma coisa primordial nesta relação", afirmou.

O presidente estadual do PT não acha que a crise no governo federal possa afastar o PMDB do PT no Paraná. Para Vargas, o fato de o governador estar fazendo novas críticas ao governo do PT, como as dirigidas à forma como Brasília tem se comportado em relação à sua briga contra os valores da tarifa do pedágio, não expressam um desejo de rompimento. "Não vejo assim. Acho que, neste caso do pedágio, o que o governador quer é fugir do problema", comentou.

Vargas disse que a disputa interna no partido pela presidência no diretório estadual vai colocar em relevo novamente a discussão sobre candidatura própria ou aliança com o PMDB. Ontem, terminou o prazo para a inscrição das chapas à eleição de setembro.

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