Sucessão

PSDB deseja reatar aliança com Osmar Dias

Os tucanos paranaenses iniciaram um movimento de reaproximação com o senador Osmar Dias, pré-candidato do PDT ao governo do Estado. Estremecidos há alguns meses, desde que a ala dirigente do partido passou a defender a candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo, os tucanos retomaram o discurso pró-aliança com Osmar para a sucessão estadual do próximo ano.

A mudança de tom foi detectada na volta do presidente do diretório estadual do PSDB, Valdir Rossoni, e do líder da bancada estadual do partido, Ademar Traiano, de uma viagem a Brasília.

Os dois conversaram com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, durante as comemorações dos quinze anos do Plano Real, realizadas anteontem, em sessão solene do Congresso Nacional.

“Continuamos advogando a tese, e esta é uma leitura de todos, que o Beto e o Osmar têm que estar juntos. Os dois não podem estar divididos”, disse Traiano. O líder da bancada até justificou as conversas de Osmar com o PT do Paraná. “Política é a arte do diálogo e ele não pode fugir à conversa. Mas entre conversar e dizer que tem um acordo a diferença é grande”, afirmou.

Mas a defesa da aliança ainda não avança até uma manifestação sobre quem seria o candidato ao governo, se Osmar ou Beto. Rossoni disse que este é um tema para o futuro e, que no PSDB, a escolha do candidato, se o senador Alvaro Dias ou o prefeito Beto Richa, será feita por meio de pesquisas de intenções de votos.

Já na hipótese de uma aliança com o PDT, a fórmula de escolha ainda não foi definida. “Essa é uma solução para fora”, disse Rossoni, que relatou ter feito um relatório da situação eleitoral no estado para Guerra que, segundo ele, apenas ouviu.

Distância

A guinada dos tucanos em direção ao senador pedetista coincide com a crise nas relações com o PMDB, deflagrada pelas denúncias de irregularidades na campanha à reeleição do prefeito Beto Richa, em 2008.

Se na semana passada, Rossoni havia dito que ainda havia chances de uma aliança entre os dois partidos se fosse uma orientação nacional, ontem, o presidente do PSDB foi menos conciliador.

“Há uma situação nacional e uma situação local. Nós, no Paraná, somos vítimas do governador todas as terças-feiras”, disse o presidente do diretório tucano, em referência à escola de governo, onde o governador Roberto Requião fez críticas ao PSDB e à saída de cinco deputados tucanos de sua base de apoio.

De acordo com Rossoni, o governador usa um tom com a direção nacional do PSDB e outro bem menos amigável com o partido no Paraná. “O governador não quer entregar o bastão de líder do Estado. Ele sabe que tem que entregar para o Beto ou para o Osmar, mas não quer. E nós temos trabalhar com o mundo real”, comentou.

Apesar de setores do PMDB manifestarem simpatia a um acordo com o PSDB, Rossoni afirmou que quem dá o tom é Requião. “E ele não contribui em nada para um entendimento eleitoral”, afirmou.