Lava Jato

Presos da Queiroz Galvão realizam exame no IML de Curitiba

Presos da 33ª fase da Lava Jato estão em Curitiba. Foto: Aniele Nascimento

O ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, e o ex-diretor da empresa, Othon Zanoide de Moraes Filho, presos na 33ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na última terça-feira, realizaram exame no Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba, na manhã desta quarta-feira (3).

A PF ainda aguarda pela chegada de Marcos Pereira Reis, que está na China e providencia o seu retorno ao Brasil.bc2d5cb3-0a8d-4e46-aab0-bff454c6722e

A empreiteira, a terceira com maior volume de contratos na Petrobrás, foi o principal alvo das buscas, que tiveram como objetivo colher provas adicionais sobre o envolvimento da empresa e seus funcionários no esquema de corrupção na estatal.

A empreiteira é a última integrante do grupo vip do cartel que dividia a participação em obras na Petrobrás a ser alvo da Lava Jato – o que serviu de inspiração para o nome da nova fase, Operação Resta Um. Estão sob investigação obras da Queiroz Galvão em quatro refinarias e no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).

Os dois executivos detidos nesta terça já haviam sido alvo de prisão temporária em novembro de 2014, quando foi deflagrada a 7 ª fase da Lava Jato – primeiro avanço das investigações contra grupos empresariais. Eles, no entanto, não foram denunciados pela Procuradoria. Segundo o juiz Sérgio Moro, que atua na Lava Jato, eles ficaram de fora “pela necessidade de colher melhores provas do pagamento de propina”.

As provas esperadas por Moro vieram após a série de delações premiadas relacionadas à Lava Jato. Entre elas está a do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que relatou pedido do ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra – morto em 2014 – de R$ 10 milhões para encerrar a CPI da Petrobras, aberta em 2009 pelo Senado. O pedido foi reafirmado mais tarde na delação do doleiro Alberto Youssef e um vídeo obtido pelos investigadores mostra a participação de Guerra em reunião para negociar o fim da comissão. Segundo Costa, o dinheiro foi providenciado pela Queiroz Galvão.

“O contexto não é de envolvimento episódico em crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, mas de atuação profissional, longa e sofisticada, no pagamento de propinas em contratos públicos, com utilização de expedientes de ocultação e dissimulação relativamente complexos”, afirmou Moro ao decretar as prisões e buscas.