Presidência da Assembléia pode cair no colo do PFL

Com sua bancada de dezessete deputados, o PMDB reivindica a presidência da Assembléia Legislativa na próxima legislatura, a partir de quinze de fevereiro, mas outras forças se articulam para disputar o cargo. O deputado Nelson Justus (PFL) já começou a conversar e é apontado pelo atual presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), como uma das candidaturas que podem ganhar corpo no processo.  

O PFL é oposição ao governo, mas Justus é dissidente. Ele já foi presidente da Casa e sua principal vantagem é o trânsito que tem junto à oposição ao governo que ainda não é possível prever que tamanho terá. Justus disse que tem vontade de voltar a assumir o cargo. Não fossem as duas reeleições de Brandão, o deputado pefelista já poderia ter concorrido em outros anos. Justus fez um mandato tampão depois da morte do ex-deputado Anibal Curi, em 99. ?Todos os cinqüenta e quatro deputados têm vontade de dirigir a assembléia. Eu também. Só o Roberto Carlos que não quer voltar à seleção brasileira?, comparou Justus.

Na avaliação de alguns setores próximos ao Palácio Iguaçu, Justus não teria dificuldades em atrair a simpatia do governador reeleito Roberto Requião (PMDB) para sua candidatura. Além de ter integrado a base de apoio do governo nestes três anos e meio, o deputado pefelista participou da campanha de Requião no primeiro e segundo turnos, apesar de o PFL ter apoiado o ex-deputado Rubens Bueno (PPS) no primeiro, e o senador Osmar Dias (PDT) no segundo turno. No balanço eleitoral do PMDB, este é o tipo de postura que vale alguns pontos junto a Requião.

Em campo

A bancada de oposição, atualmente liderada pelo presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, também postula o seu lugar na mesa executiva. Apontado como o candidato natural à presidência da Casa se o senador Osmar Dias (PDT) tivesse vencido a eleição, Rossoni já avisou que faz parte da tradição da Assembléia Legislativa fazer uma composição em que a bancada governista indique o presidente e os adversários escolham o 1.º secretário. ?Sempre houve um entendimento neste sentido. Os candidatos a presidente sempre chamam a oposição para uma conversa. Nós esperamos que a oposição seja respeitada na Casa?, argumentou. Rossoni informou que a bancada se reúne na próxima semana para conversar sobre a eleição da nova mesa.

A tradição já foi quebrada em 2003, quando o PMDB, que elegeu o governador e o PT, que tinha a maior bancada, concordaram em ceder a presidência da Casa para o tucano Brandão. O PT ficou com a vice-presidência e o PMDB garantiu a 1.ª secretaria. Na reeleição de Brandão, no ano passado, a composição se manteve.

Como se manteve longe do principal cargo da mesa executiva no primeiro mandato de Requião, o PMDB já mandou avisar que desta vez não abre mão do comando da Casa. Nereu Moura, atual 1.º secretário, e Caíto Quintana foram os primeiros a anunciar que querem disputar a presidência. Depois deles, surgiram as candidaturas de Antonio Anibelli, Luiz Claudio Romanelli e Waldyr Pugliesi. Alexandre Curi já teria desistido de figurar na lista.

A nova mesa será eleita em 15 de fevereiro, na mesma data da posse dos novos deputados. Será a primeira vez que a eleição será com voto aberto, conforme prevê emenda à Constituição Estadual aprovada no início de novembro pelo plenário.

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