Sucessão

PPS e PT devem ter candidaturas próprias

O quadro eleitoral no Paraná, que parecia definido com apenas três candidaturas fortes ao governo do Estado – Orlando Pessuti (PMDB), Osmar Dias (PDT) e Beto Richa (PSDB) – pode ganhar mais dois nomes e novas variáveis com os impasses sobre alianças envolvendo, principalmente, a candidatura de Osmar Dias.

Além do PT, que está vendo dificuldade em fechar com o senador pedetista e já volta a trabalhar um nome para a eleição de outubro, o PPS também anunciou, ontem, que cresce, internamente, a ideia de candidatura própria, já sugerida pelo partido com o fim da aliança entre Beto e Osmar.

“Se tivermos a confirmação das candidaturas de Osmar Dias e Beto Richa ao governo, o PPS vai lançar candidatura própria em 2010. Estamos preparados para o debate. Nosso plano de governo está praticamente concluído. Vamos apresentá-lo e percorrer o Estado com a campanha do Voto Limpo”, disse, em nota, o presidente do partido, Rubens Bueno, informando que, no momento, a tese de candidatura própria é mais bem vista no partido do que o apoio a qualquer um dos pré-candidatos.

Defensor da manutenção da aliança formada no segundo turno de 2006 e repetida na reeleição de Beto Richa à Prefeitura de Curitiba, com PSDB, PDT, PPS, DEM e PP, Bueno disse que com o fim da aliança, seu partido não tem mais compromisso em apoiar ninguém e, até já adiantou alguns possíveis nomes, além do seu, para a disputa. “Os deputados Cesar Silvestri e Marcelo Rangel, são nomes fortes”.

Bueno disse não ver quebra de compromisso de nenhuma parte no rompimento da aliança. “É natural, todos têm o direito de buscar candidaturas próprias. Se PSDB e PDT já fizeram isso, vamos dançar a mesma música e lançar a nossa também”, disse o presidente do PPS, informando que a direção do partido tem reunião na próxima semana para discutir a candidatura própria.

Disputado pelo PSDB e pelo PDT, mas ainda sem uma conversa definitiva com possíveis aliados, o PPS coloca mais lenha nas conturbadas articulações para a formação de alianças visando à eleição de outubro e mostra que o partido só aceitará composição caso lhe sejam oferecidas boas condições na chapa.

Outro partido dividido entre Osmar e Beto, o DEM continua afirmando que só terá uma definição na convenção, em junho. O presidente estadual do partido, Abelardo Lupion, no entanto, comemorou o retrocesso na negociação entre Osmar Dias e PT.

“Desde o primeiro dia, sempre fui contra esta aliança. Tenho uma história com o senador Osmar Dias. Este não é o nosso povo. O PT sempre foi contra nós. Sempre desaconselhei o senador a fazer esta aliança. Toda aliança que precisa ser explicada é uma desgraça. Temos outros partidos e podemos fazer um outro palanque”, disse o deputado federal, que admitiu, inclusive, abrir mão de sua candidatura ao Senado para atrair o PP de Ricardo Barros para a coligação de Osmar.