A executiva estadual do PPS paranaense enviou ontem uma carta ao deputado federal Fernando Giacobo convidando-o a se retirar das fileiras do partido. A decisão de excluir o político dos quadros do PPS foi adotada em reunião da executiva, nesta semana. Cópia da carta foi remetida ao presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire.
A carta é assinada pelo secretário-geral do PPS, Rubico Camargo, que faz um histórico das divergências opondo Giacobo e os diretórios municipais do partido em Cascavel e Pato Branco. “Os diretórios desses dois municípios foram constituídos organicamente, num longo trabalho de base de dirigentes e militantes. Não havia razões para atender aos pedidos do Giacobo, que queria interferir nos diretórios”, explicou Camargo.
Mal-estar
“Depois desses dois episódios”, escreveu Camargo na carta a Giacobo, “notamos que o deputado vem demonstrando indisfarçável mal-estar dentro do PPS. Através da imprensa regional, tivemos conhecimento de declarações atribuídas ao senhor, em que revela sua disposição de buscar uma nova sigla. Para nossa surpresa, o senhor teria dito, até, que o PPS é um partido sem futuro, que não vai superar as cláusulas de barreira. Não é o caso de entrar no mérito dessas afirmações. O crescimento do PPS fala por si mesmo, seja no âmbito estadual ou nacional. Mais ainda, depois das dificuldades dos anos duros de consolidação do partido, em que nem sempre foi possível separar o joio do trigo na hora de arregimentar os parceiros que nos dariam as mãos no projeto de construção de um partido novo, agora a situação é diferente. A arregimentação já pode seguir critérios muito mais rígidos no momento da filiação”.
Mais adiante, diz Camargo: “Não queremos ver ninguém em situação desconfortável dentro do partido. Ademais, sua conduta política, a nosso ver, não está sintonizada com os princípios pregados pelo PPS; seu modo de pensar a política não se identifica com o programa do partido. Naturalmente, ninguém é obrigado a seguir o manifesto, a doutrina e os preceitos ideológicos do PPS”. Assim sendo, conclui, “a executiva do partido, depois de analisar os fatos, gostaria de deixá-lo à vontade para seguir seu rumo político e partidário que, não temos mais nenhuma dúvida, é bem diferente daquele caminho que está estabelecido pelo PPS”.