Posição sobre o governo Lula racha PMDB do Paraná

A tese do distanciamento do PMDB em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está dividindo o PMDB do Paraná, que reúne em Curitiba todos os integrantes do diretório no próximo dia 6 para analisar a proposta, que será votada na convenção nacional marcada para o dia 12, em Brasília. O vice-presidente do diretório regional, deputado estadual Nereu Moura, está na ponta de um movimento para suspender o encontro do dia 6 e fez críticas à posição do presidente do diretório estadual do PMDB no Paraná, deputado estadual Dobrandino Gustavo da Silva. Para Moura, o presidente do partido está "colocando a carroça na frente dos bois" e não colabora para o amadurecimento do partido ao pregar publicamente o rompimento com o PT.

Moura reagiu a declarações de Dobrandino divulgadas ontem à tarde, quando mais uma vez o presidente do partido disse que o PMDB deve romper com o que chamou de "amarras fisiológicas" que o prendem ao PT. "Os peemedebistas de coração devem se desprender dos cargos e dos interesses pessoais para trabalhar pelo partido", observou Dobrandino, acrescentando que o partido deve ficar livre para trabalhar sua candidatura à presidência da República na sucessão de 2006. "Não podemos estar presos a ideologias e interesses que não sejam os do partido", provocou.

Para Moura, não há clima para que o PMDB tome uma decisão de tal porte neste momento. "Estamos aguardando a volta do governador Requião para conversar sobre o adiamento desse encontro aqui. Até porque acredito que o de Brasília será retardado ou cancelado também", comentou Moura.

Debate

O vice-presidente estadual do PMDB disse que Dobrandino defende rompimento, enquanto o governador sugere que o partido adote o chamado "apoio crítico", que muda as relações da sigla com o governo e não com o PT. "A tese não é romper com o PT. É se afastar do governo. E esse debate deve ser feito nas entranhas do partido e seria uma burrice tomar qualquer decisão este ano, quando ainda estamos sob o calor do resultado das eleições", afirmou.

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