Políticos do Pará reagem com tranqüilidade a lista da AMB

As candidatas a prefeito de Belém, Marinor Jorge Brito (PSOL) e a vice-prefeito na coligação liderada pelo PT, Leila Márcia Silva Santos (PC do B), reagiram nesta quarta-feira (23) com tranqüilidade à publicação dos nomes delas na lista dos que respondem a processos judiciais divulgada nesta terça (22) pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Marinor afirmou que é processada por ter participado de uma passeata de funcionários públicos em 1996, quando o prédio da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefa) foi invadido e ocupado por manifestantes.

“É preciso distinguir um processo de corrupção de um processo de um dirigente sindical que assumiu a luta por causas coletivas e justas”, diz nota do PSOL endossada por Marinor. A candidata do PSOL a prefeito de Belém se recupera de uma cirurgia no joelho, fraturado na noite de ontem após sofrer uma queda em sua residência. “Não podemos igualar os candidatos que são acusados de corrupção, de improbidade administrativa, de enriquecimento ilícito”, afirma o partido.

Para Márcia, a divulgação da relação pela AMB é um “fato positivo” porque informa a sociedade sobre quem são os que pretendem exercer cargos executivos ou de representação popular. No rol, o nome dela aparece por responder a uma ação de crime contra o patrimônio, administração pública, seqüestro e cárcere privado.

Em 1997, Márcia liderou estudantes que invadiram a reitoria da Universidade Federal do Pará (UFPA). A candidata a vice-prefeito de Belém na coligação liderada pelo PT afirmou entender que o conteúdo dos processos que a envolvem deveria ser divulgado para que não se confunda atos lesivos aos cofres públicos com manifestações legítimas de alunos, como teria sido o caso dela. “É preciso separar o joio do trigo. Ética é uma questão muito cara para nós. Eu buscava melhores condições para a educação quando ocupamos a reitoria”, resumiu.

PSL

Outro processado, Jorge Mesquita, candidato a vice-prefeito na chapa do delegado de polícia João Moraes (PSL), disse que, em 2003, se envolveu num quebra-quebra de motoristas e cobradores de ônibus da capital paraense. Nessa época Mesquita era diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Pará. “Lutávamos por melhores salários e condições de trabalho para nossa categoria”, afirmou. Para ele, há ações “muito piores” tramitando na Justiça, que envolvem candidatos “desonestos e corruptos”.