PMDB pensa em Jobim para 2006

Brasília – Apesar do capital político acumulado na última eleição presidencial pelo secretário de governo do Rio, Anthony Garotinho, o PMDB não quer ficar dependente de uma única alternativa para 2006. O partido já tem engatilhado um plano B: o presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim. Nos últimos meses, o nome do ministro do STF ganhou força nas alas oposicionista e governista. E são duas as opções para o gaúcho Jobim: candidatura presidencial ou vice na chapa do presidente Lula à reeleição.

No PMDB, o entusiasmo com Jobim é generalizado. Como o mandato no STF acaba em março de 2006, os peemedebistas esperam que Jobim peça a aposentadoria e, em seguida, filie-se ao partido. Neste caso, ele estaria apto para as eleições presidenciais como grande trunfo do PMDB. O partido aposta no seu perfil conciliador à frente do STF.

Nos últimos meses, uma romaria de peemedebistas bateu à porta de seu amplo gabinete no Supremo. Não faltou nem mesmo o presidente do partido, deputado Michel Temer (PMDB-SP). Para todos que estiveram por lá e fizeram a proposta de filiação partidária, Jobim respondeu em tom de brincadeira: "Eu não sei se quem fala isso é meu amigo ou inimigo". Segundo interlocutores do ministro, Jobim quer priorizar sua gestão à frente do STF.

Ministro é um candidato fortíssimo

Brasília – Enquanto Jobim evita comentários, um grupo de políticos articula sua candidatura. O deputado federal e ex-ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), já é considerado um coordenador informal da campanha de Jobim. "O ministro Nelson Jobim é um nome fortíssimo para 2006. Ele pode ser a surpresa das próximas eleições presidenciais", avalia Padilha.

Para o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), o grande trunfo de Jobim é a possibilidade de unificar o partido em torno de um nome: Jobim é um nome completo, além de ter um perfil muito político. Ele seria capaz de promover um entendimento das tendências do partido. Sua carreira o habilita nesse sentido.

Nascido em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Jobim começou sua carreira nos anos 70s, como membro da OAB. Foi deputado federal constituinte (1986) e ministro da Justiça no governo Fernando Henrique. Em abril de 1997 foi nomeado ministro do Supremo.

No Palácio do Planalto, o nome de Jobim não é visto como ameaça. Tem trânsito livre com o presidente Lula, que costuma elogiá-lo, e é visto como uma opção para composição na chapa presidencial como vice, caso José Alencar opte por disputar o governo de Minas.

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