O PMDB está no controle de 45% das 399 prefeituras do estado. Anteontem, o governador Roberto Requião e o chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, abonaram a ficha de filiação de três prefeitos ao partido – Antonio Piazzalunga (Iretama), Militino Malacoski (Juranda) e Roberto Pimenta (Bela Vista do Paraíso) – atingindo a marca de 180 prefeituras sob o comando peemedebista.
O número foi divulgado ontem por Quintana, que disse estar recebendo o pedido de vários prefeitos para aderir à base de sustentação ao governo e negou que haja qualquer tipo de pressão para trocas partidárias da parte da cúpula do governo.
A acusação de cooptação de prefeitos foi feita pela bancada de oposição na Assembléia Legislativa, que acusou o Palácio Iguaçu de trocar filiações por recursos para as prefeituras. A Casa Civil confirmou que o partido teve um crescimento significativo desde a posse do governador, no início de 2003. Quando Requião assumiu o cargo, o PMDB tinha noventa prefeitos. Após as eleições municipais do ano passado, os peemedebistas foram eleitos para 120 prefeituras no estado. De outubro para cá, outros sessenta prefeitos aderiram à sigla do governador.
As filiações têm desfalcado indiscriminadamente vários partidos. Os mais recentes filiados vieram do PSDB, PSL e PFL. Na semana passada, de um grupo de onze prefeitos que entraram no PMDB apresentados pelo deputado Nereu Moura, vice-presidente estadual do partido, dois eram do PTB, dois vieram do PP, e os demais deixaram o PFL, PPS e PDT.
Cresce
Para o chefe da Casa Civil, é natural o processo de crescimento do partido já que, tradicionalmente, os prefeitos desejam estar no mesmo partido do governador. Além disso, segundo Quintana, a atenção da atual administração às pequenas e médias cidades também ajuda a aproximar os prefeitos do governador. "O governo sempre trabalhou e vai continuar trabalhando em parceria com todas as cidades e com todos os prefeitos. Esta administração pensa no Paraná como um todo e atua em conjunto com os municípios. Não trabalhamos como a administração anterior, que só privilegiava as cidades-pólo do Estado", criticou.
De acordo com o deputado e chefe da Casa Civil, há vários prefeitos eleitos no Paraná que já procuraram o partido para se filiar. "No interior, a articulação política é diferente da capital. Cada região tem sua peculiaridade e são os diretórios municipais dos partidos que decidem como vão atuar. O Requião tem ótimo relacionamento com inúmeros prefeitos de vários partidos", comentou.
Para afastar as suspeitas de que o governo possa estar incensando as filiações, a Casa Civil divulgou declarações dos prefeitos que tiveram suas fichas de filiações abonadas pelo governador, justificando as filiações. "O governador é uma pessoa séria e correta. Sempre estive próximo do Caíto Quintana, desdem outras administrações minhas e quero continuar parceiro destas pessoas", afirmou o prefeito de Juranda, Militino Malacoski.
Já o prefeito de Bela Vista do Paraíso disse estar assumindo a bandeira do partido e do governador. E o prefeito de Iretama justificou que "a idéia é continuar uma parceria entre o governo e o município, o que este governo sempre fez".