PMDB começa a fechar as portas para José Borba

O comando estadual do PMDB começa a discutir hoje em Curitiba a cassação da legenda para o ex-deputado José Borba nas eleições do próximo ano. Um dos acusados de envolvimento no escândalo do mensalão, Borba renunciou anteontem, dia 17. Ele preservou seus direitos políticos com a manobra (se tivesse o mandato cassado ficaria oito anos inelegível) mas corre o risco de ficar sem suporte partidário para disputar a Câmara Federal em 2006.

O presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, e o vice-presidente estadual, deputado Nereu Moura, vão se posicionar hoje na reunião da executiva contra o direito de Borba de concorrer pelo partido. "Dificilmente ele terá a legenda", afirmou Dobrandino, citando que no caso da cessão da legenda, a decisão depende unicamente de uma iniciativa da executiva estadual.

O que não ocorre com o processo de expulsão. Conforme o presidente estadual do partido, para que Borba seja desligado do PMDB, é necessário que a proposta seja apresentada por um outro filiado do partido. "Nesse caso, alguém tem que propor e o partido analisar. Mas no caso da legenda, a executiva tem livre arbítrio para decidir", afirmou o presidente do PMDB.

Moura disse que Borba deveria ter se submetido ao julgamento na Comissão de Ética da Câmara Federal. "Ele tinha que ser homem para enfrentar o Conselho de Ética. Já que soltou o garrão, vai ficar sem a vaga de candidato", atacou o peemedebista. Ele disse ainda que a renúncia de Borba equivale à uma confissão de culpa. "Foi o mesmo que dizer "eu sou culpado e vou tirar minha cabeça da guilhotina"", continuou Moura.

Apesar de não aprovarem a solução adotada por Borba, Dobrandino e Moura comentaram que sua renúncia trouxe alívio ao PMDB. "O PMDB se safou dessa história e se livrou do único nome que estava envolvido no episódio", afirmou Moura.

Com a renúncia de Borba, ficou definitivamente vago o cargo de coordenador da bancada do Paraná. O ex-deputado peemedebista exerceu o cargo até o dia em que seu nome apareceu na lista de acusados de se beneficiarem de cheques emitidos pelas empresas do publicitário Marcos Valério.

O Estado não conseguiu fazer contato ontem com o ex-deputado José Borba para que comentasse a posição da direção estadual do PMDB. Seu telefone celular estava fora de área.

Substituição

está agendado para amanhã a posse do secretário do Planejamento, Reinhold Stephanes na cadeira deixada por Borba. Stephanes, primeiro suplente do PMDB, planeja permanecer na Câmara por um curto período. Ontem, o secretário afirmou que atuará como deputado apenas o tempo suficiente para apresentar as emendas de interesse do Paraná no projeto de Orçamento da União, que costuma ser votado em dezembro ou no início de janeiro. Stephanes não irá aguardar a votação em plenário e retorna ao cargo no governo do Paraná.

Sua vaga será assumida pelo segundo suplente Claudio Rorato. Stephanes, entretanto, retomará sua cadeira na Câmara a partir de abril, prazo máximo para que ocupantes de cargos no Executivo se afastem para poder concorrer às eleições de 2006. Stephanes pretende concorrer à Câmara Federal.

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